Agora que Lula abriu 20 pontos sobre o tucano Alckmin, as redações, o mercado financeiro e os partidos vivem o período crítico em que ficção e realidade se misturam. Os tucanos sonham com uma capa de Veja demolidora, até porque não têm eles mesmos uma estratégia para virar o jogo. A foto de Alckmin hoje com boné e jaqueta das empresas estatais é de um ridículo tão atroz que virou motivo de chacota até entre os tucanos - basta ir no blog do Reinaldo Azevedo e ler o que ele diz sobre o assunto. Sem estratégia, portanto, resta sonhar. Veja deve vir com uma capa forte contra Lula, não há dúvida, mas se metade do que andam falando por aí fosse verdade, o presidente seria um mentecapto de tal magnitude que caberia perguntar como a oposição não o apeou do poder antes. Lula pode ser muita coisa, mas burro, definitivamente, não é. Os próximos dias serão tensos, mas restará provado que, definitivamente, não foram os filhos do presidente os financiadores para a tal operação de compra do dossiê Vedoin. Aliás, é bom lembrar, a Polícia Federal impediu a compra do material e, portanto, crime eleitoral não houve, uma vez que a coisa não se consumou. Os tucanos andam bem lacerdistas, mas a verdade é que até Carlos Lacerda procurava observar as regras do jogo...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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