Para quem acompanha o otimismo das análises do prefeito Cesar Maia em seu "ex-blog" – um boletim disparado por e-mail diariamente –, o texto de hoje, reproduzido abaixo, é quase uma extrema-unção da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência. Na melhor das hipóteses, calcula Maia, Lula está 15 pontos percentuais à frente do tucano, o que torna muito difícil a recuperação nesta reta final. Leia a íntegra do texto do prefeito.
DATAFOLHA: ALGUNS ELEMENTOS PARA ANÁLISE!
01. Pode-se discutir a metodologia deste ou daquele instituto de pesquisa, entre os sérios. A metodologia adotada pode implicar em desvios e distorções. A captação das respostas como faz o DataFolha, em pontos de fluxo, no caso -pelo menos- das grandes cidades brasileiras, produz desvios. A rua -em função da preocupação com assaltos- é sempre um local potencialmente tenso nessas grandes cidades. Isso pode levar a que o entrevistado não dê as informações de forma adequada. Talvez por isso temos visto uma diferença -às vezes significativa- entre as porcentagens da pergunta -em quem votou na eleição?- e o resultado da eleição.
02. Mas independente de qualquer coisa, quando um mesmo instituto, com uma mesma metodologia sinaliza claramente uma tendência, é óbvio que esta está certa. Ou seja: se a diferença de Lula para Alckmin era de 11 pontos pelo DataFolha e agora é de 19 pontos, pode-se afirmar que houve um aumento da diferença além da margem de erro.
03. Este Ex-Blog volta a repetir que pesquisas em meio de semana produzem desvios nas áreas metropolitanas, pelo deslocamento espacial da PEA. E que a abstenção afeta mais os que tem sua votação concentrada nos setores de baixa renda. Isso ficou bem demonstrado no primeiro turno. Mesmo com uma abstenção inferior às últimas duas eleições presidenciais no Nordeste, a diferença foi de 4 pontos. Ou seja: se Lula na pesquisa publicada na véspera, tiver 4 pontos de vantagem, Geraldo vence a eleição.
04. Mas aplicando estes 4 pontos -descontando dos 19 pontos de diferença que deu o DataFolha- os 15 pontos líquidos, já são uma enorme diferença.
05. Ontem na gravação que o prefeito Cesar Maia fez e foi colocada neste Ex-Blog, ele com muito cuidado sinalizava que os números que viriam iam ser ruins. Isso foi dito, com muito cuidado para não incomodar tantos.
06. O que ele informou via -youtube- sobre Rio, SP e MG em pesquisas no fim de semana, portanto sem aqueles quase 2 pontos de diferença pela coleta no meio da semana- foi um sinal negativo. Vejamos os números da pesquisa interna do PFL.
07. Em S. Paulo a diferença pró-Geraldo havia caído para 7 pontos: 48% a 41%, muito menor que em outras pesquisas e no dia da eleição. Em Minas Gerais, a diferença se mantinha alta a favor de Lula em 21 pontos, ou 55% a 34%. No Estado do Rio foi mais grave. No penúltimo final de semana Lula ganhava por 22 pontos. No ultimo -dias 14 e 15 de outubro- Lula abria no Estado do Rio 31 pontos: 59% a 28%. Na eleição Lula venceu Geraldo por 20 pontos no Estado do Rio.
08. Com isso o triângulo das bermudas, que seria o trampolim de ultrapassagem, conspirou contra Geraldo. Lula fechou este fim de semana com 43% a 40% nessa área agregando os 3 maiores colégios eleitorais do Brasil e 42% dos eleitores brasileiros.
09. Portanto, mesmo que os 19 pontos possam ser exagerados, e o número adequado seja 15% bruto ou 11% líquido (meio de semana+abstenção) - estaremos falando de uma diferença tão grande que exigiria que o estado maior parasse e avaliasse que mudanças no programa e comerciais são aconselháveis e se o ataque continuará sendo feito por um locutor de terno e gravata em diagonal, e apenas no final do programa, como se houvesse timidez na denúncia. Acompanhemos sem olhar para trás quanto aos erros cometidos pela equipe do Geraldo no início do segundo turno. Aguardemos!
DATAFOLHA: ALGUNS ELEMENTOS PARA ANÁLISE!
01. Pode-se discutir a metodologia deste ou daquele instituto de pesquisa, entre os sérios. A metodologia adotada pode implicar em desvios e distorções. A captação das respostas como faz o DataFolha, em pontos de fluxo, no caso -pelo menos- das grandes cidades brasileiras, produz desvios. A rua -em função da preocupação com assaltos- é sempre um local potencialmente tenso nessas grandes cidades. Isso pode levar a que o entrevistado não dê as informações de forma adequada. Talvez por isso temos visto uma diferença -às vezes significativa- entre as porcentagens da pergunta -em quem votou na eleição?- e o resultado da eleição.
02. Mas independente de qualquer coisa, quando um mesmo instituto, com uma mesma metodologia sinaliza claramente uma tendência, é óbvio que esta está certa. Ou seja: se a diferença de Lula para Alckmin era de 11 pontos pelo DataFolha e agora é de 19 pontos, pode-se afirmar que houve um aumento da diferença além da margem de erro.
03. Este Ex-Blog volta a repetir que pesquisas em meio de semana produzem desvios nas áreas metropolitanas, pelo deslocamento espacial da PEA. E que a abstenção afeta mais os que tem sua votação concentrada nos setores de baixa renda. Isso ficou bem demonstrado no primeiro turno. Mesmo com uma abstenção inferior às últimas duas eleições presidenciais no Nordeste, a diferença foi de 4 pontos. Ou seja: se Lula na pesquisa publicada na véspera, tiver 4 pontos de vantagem, Geraldo vence a eleição.
04. Mas aplicando estes 4 pontos -descontando dos 19 pontos de diferença que deu o DataFolha- os 15 pontos líquidos, já são uma enorme diferença.
05. Ontem na gravação que o prefeito Cesar Maia fez e foi colocada neste Ex-Blog, ele com muito cuidado sinalizava que os números que viriam iam ser ruins. Isso foi dito, com muito cuidado para não incomodar tantos.
06. O que ele informou via -youtube- sobre Rio, SP e MG em pesquisas no fim de semana, portanto sem aqueles quase 2 pontos de diferença pela coleta no meio da semana- foi um sinal negativo. Vejamos os números da pesquisa interna do PFL.
07. Em S. Paulo a diferença pró-Geraldo havia caído para 7 pontos: 48% a 41%, muito menor que em outras pesquisas e no dia da eleição. Em Minas Gerais, a diferença se mantinha alta a favor de Lula em 21 pontos, ou 55% a 34%. No Estado do Rio foi mais grave. No penúltimo final de semana Lula ganhava por 22 pontos. No ultimo -dias 14 e 15 de outubro- Lula abria no Estado do Rio 31 pontos: 59% a 28%. Na eleição Lula venceu Geraldo por 20 pontos no Estado do Rio.
08. Com isso o triângulo das bermudas, que seria o trampolim de ultrapassagem, conspirou contra Geraldo. Lula fechou este fim de semana com 43% a 40% nessa área agregando os 3 maiores colégios eleitorais do Brasil e 42% dos eleitores brasileiros.
09. Portanto, mesmo que os 19 pontos possam ser exagerados, e o número adequado seja 15% bruto ou 11% líquido (meio de semana+abstenção) - estaremos falando de uma diferença tão grande que exigiria que o estado maior parasse e avaliasse que mudanças no programa e comerciais são aconselháveis e se o ataque continuará sendo feito por um locutor de terno e gravata em diagonal, e apenas no final do programa, como se houvesse timidez na denúncia. Acompanhemos sem olhar para trás quanto aos erros cometidos pela equipe do Geraldo no início do segundo turno. Aguardemos!
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