Quando a eleição de 1° de outubro acabou e o resultado indicou a realização de segundo turno, muita gente imaginou que o debate desta noite, na TV Globo, seria o ápice de uma campanha tensa e dramática. Chegou a hora do derradeiro encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin e o clima é bem outro – a impressão que se tem é que ninguém está ligando a mínima para o debate. É óbvio que nenhum dos dois candidatos pode errar demais, porém, como observou o prefeito Cesar Maia em seu ex-blog, já não há tempo para uma mudança significativa de opinião no eleitorado. No fundo, o debate vai servir para os dois lados marcarem algumas posições: Alckmin pode tanto manter a postura "Mike Tyson" e sinalizar que pretende disputar o tal "terceiro turno" ou então amainar o discurso e falar para o seu público interno, inaugurando assim a guerra pela presidência do PSDB. Lula, de sua parte, também poderá mandar recados ou pistas sobre o comportamento de seu governo no próximo mandato. Neste final de campanha, ele talvez tenha ido mais à esquerda do que pretendia e, portanto, alguma concessão para a esquerda terá que ser feita, mesmo a contragosto. Por outro lado, é provável que o presidente sinalize, muito nas entrelinhas, "mais do mesmo" da política econômica ortodoxa que vem adotando. Tudo somado, a eleição provavelmente não muda nada com o debate de hoje e o Brasil muda quase nada com a eleição deste ano. A confirmar.
A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue...
Como "o Brasil muda quase nada com a eleição deste ano"? A grande mídia quase totalmente desacreditada, o definhamento do PFL (este sim, "sangrou"), o PSDB tendo que "buscar o povo" que sempre desprezou, o PT que ia acabar e não acabou, um presidente que "ia sangrar" até definhar e que provalmente se elegerá com tantos votos ou mais quanto os que teve em 2002, a militância ressuscitada nesse segundo turno, o debate que mal ou bem se travou nas últimas semanas a respeito do papel do Estado na sociedade, uma frente de esquerda que se formou quase espontaneamente nesse segundo turno, o PSOL que rachou, o governo Lula que, se reeleito, terá de dar resposta às esquerdas que o apoiaram, o número de estados governados pelo PT e partidos aliados muito superior e, sobretudo, a perda de controle eleitoral dos "coronéis" sobre a população ... quer mais ou chega?
ResponderExcluirO futuro dirá sobre as eventuais mudanças, mas este blog acredita, na conjuntura de hoje, que o presidente Lula fará um segundo mandato parecido com o primeiro, pisando um pouco mais no acelerador. Quanto às derrotas da oposição, é preciso esperar um pouco para saber o tamanho do baque: ACM já perdeu duas vezes e conseguiu dar a volta por cima. Ademais, o PFl de Roseana é apoiado por Lula. A vida está ficando um pouco mais complicada do que já foi...
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