Pular para o conteúdo principal

Edmar Moreira já era...

No Blog do Josias, que acompanha de perto a situação de Edmar Moreira, o deputado Democrata que se enrolou com um castelinho de R$ 25 milhões (ou seriam US$ 25 milhões?), saiu agora pouco a notícia de que o parlamentar vai acordar como mero deputado federal, sem a segunda vice-presidência da Câmara e o cargo de Corregedor da Casa. Mais ainda, Josias de Souza revela que Edmar deve deixar o DEM, para não correr o risco de ser expulso. Como diria o presidente Lula, Edmar sifu... Resta saber se o DEM vai correr atrás do mandato do deputado, que pelo menos em tese não poderia se filiar a nenhuma outra legenda sob o risco de perder o mandato. Neste caso, porém, pode ser que alguma negociação aconteça. A ver. E a seguir, a íntegra da matéria de Josias para os leitores do Entrelinhas.

Edmar Moreira acaba de renunciar à vice da Câmara

Durou apenas cinco dias o reinado de Edmar Moreira (DEM-MG) na segunda vice-presidência da Câmara.

O deputado do castelo acaba de informar ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) que decidiu renunciar ao cargo.

Moreira redige nesse momento a carta de renúncia. Deve enviá-la a Temer, por fax, dentro de meia hora.

Soterrado por denúncias, Edmar Moreira perderá também a legenda. A despeito da renúncia, o DEM, partido do deputado, mantém a disposição de expulsá-lo.

Para evitar o constrangimento, Moreira cogita pedir a desfiliação do DEM já nesta segunda (9), antes da reunião da Executiva do partido, marcada para a terça (10).

Com a renúncia de Edmar, a Câmara terá de eleger outro deputado para exercer as funções de primeiro vice-presidente.

Pelo critério que leva em conta o tamanho das bancadas, o cargo pertence ao DEM. O partido terá de decidir agora se mantém a indicação de Vic Pires (DEM-PA).

Levado ao plenário como nome oficial do DEM, Vic fora batido por Edmar, eleito à revelia do bloco que apoiara Temer na disputa pelo comando da Câmara.

Em votação secreta, Moreira prevalecera sobre Vic graças ao apoio que recebera de duas legendas governistas: PT e PR.

Edmar integrara o Conselho de Ética da Câmara na época em que foram a julgamento os processos de cassação contra deputados enrolados no escândalo do mensalão.

Defendera com desassombro a absolvição dos mensaleiros. Daí a retribuição do PT e do PR, duas legendas que atravessaram de joelhos a fase mensaleira do Legislativo.

Desde a primeira hora, a ascensão de Edmar à segunda vice-presidência deixara desconfortáveis os outros integrantes da mesa diretora da Câmara.

Sob o guarda-chuva da repartição confiada a Edmar estava a Corregedoria da Câmara.

Passariam pelas mãos do deputado do castelo todos os processos contra os colegas pilhados em malfeitorias e em desvios éticos.

Seguiu-se um noticiário devastador. O novo corregedor foi às manchetes, ele próprio, como um caso urgente de correição.

Descobriu-se que Edmar deixara de informar ao fisco e à Justiça Eleitoral a posse de um castelo avaliado em R$ 25 milhões.

De resto, soube-se, entre outras coisas, que Edmar responde no STF a inquérito em que é acusado de descontar o INSS dos empregados de uma empresa de segurança e não repassar o dinheiro à Previdência. Coisa de R$ 1 milhão.

Conforme noticiado aqui, mais cedo, Edmar Moreira foi como que empurrado para fora da Mesa diretora da Câmara por Michel Temer.

Em telefonemas ao deputado encrencado, Temer fez ver a ele que sua situação era insustentável.

Na última sexta (6), conforme também noticiado aqui, Temer decidira levar a voto uma resolução que arrancaria a Corregedoria das mãos de Edmar Moreira.

Com a renúncia do deputado, essa idéia deve ser arquivada. O DEM opusera-se à manobra com veemência.

Rodrigo Maia (RJ) e Ronaldo Caiado (GO), respectivamente presidente e líder do DEM, disseram a Temer que o problema era Edmar Moreira, não o organograma da segunda-vice.

Temer já admite a hipótese de dar meia-volta. Antes, quer ouvir, nesta terça (10), os líderes dos outros partidos com representação na Câmara.

Comentários

  1. De tudo que eu li o que mais chama atenção é essa votação secreta que não muda nunca... Como é que o cara assume dizendo que não vai aceitar processo e o proprio Josias diz que "Em votação secreta, Moreira prevalecera sobre Vic graças ao apoio que recebera de duas legendas governistas: PT e PR." Vai tentar burlar o imposto de renda que nem nos EUA pra ver o que é bom...

    ResponderExcluir
  2. DESTRUAM O CASTELO!

    Essa é só para desopilar o fígado.

    Circula atualmente forte troca de emails com uma brincadeira destinada àqueles que desejariam detonar o castelo do deputado-cinderelo Edmar Moreira.

    Trata-se de um joguinho online intitulado "Castle Smasher" onde o internauta pode satisfazer seus instintos mais inconfessáveis por meio de uma catapulta.

    Muito simples, qualquer um pode demolir o trambolho com tiros certeiros quantas vezes desejar. O link é este aqui:

    http://www.centrodejogos.com.br/jogos/acaoeaventura/ffe7527d52_acaoeaventura.swf

    ResponderExcluir
  3. este deputado nao deve jamais ser eleito

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...

Dúvida atroz

A difícil situação em que se encontra hoje o presidente da República, com 51% de avaliação negativa do governo, 54% favoráveis ao impeachment e rejeição eleitoral batendo na casa dos 60%, anima e ao mesmo tempo impõe um dilema aos que articulam candidaturas ditas de centro: bater em quem desde já, Lula ou Bolsonaro?  Há quem já tenha a resposta, como Ciro Gomes (PDT). Há também os que concordam com ele e vejam o ex-presidente como alvo preferencial. Mas há quem prefira investir prioritariamente no derretimento do atual, a ponto de tornar a hipótese de uma desistência — hoje impensável, mas compatível com o apreço presidencial pelo teatro da conturbação — em algo factível. Ao que tudo indica, só o tempo será capaz de construir um consenso. Se for possível chegar a ele, claro. Por ora, cada qual vai seguindo a sua trilha. Os dois personagens posicionados na linha de tiro devido à condição de preferidos nas pesquisas não escondem o desejo de se enfrentar sem os empecilhos de terceira,...