Vale a pena ler na íntegra, saiu na Folha de S. Paulo deste sábado (7/02). O texto deixa o presidente do DEM, Rodrigo Maia, mal na fita...
O bom e velho PFL
Fernando Rodrigues
BRASÍLIA - O episódio do corregedor da Câmara, Edmar Moreira, revelou os Democratas em grande forma. Foi o bom e velho PFL em ação. Diante da avalanche de acusações contra o dono do castelo, os demos não titubearam: ficaram sem fazer nada. Edmar Moreira, filiado ao Democratas em Minas Gerais, foi apenas convidado a renunciar ao cargo de corregedor. Expulsá-lo ou suspender sua filiação, nem pensar. É a velha tática da pefelândia. Indignação em público, pouca ação em privado e muita fé na ação do tempo para deixar as coisas como estão.
Por analogia, a atitude do PFL é equivalente à de um banco ao descobrir um funcionário suspeito de dar um desfalque. Em vez de afastar o envolvido, sugere ao sujeito que se demita espontaneamente. Ninguém deve ser condenado sem ter amplo direito de defesa, dirão os pefelistas -hoje autodenominados democratas. Quem defende esse argumento esquece a história e confunde política com Justiça. Em 1997, dois deputados do PFL foram flagrados vendendo seus votos. Era uma notícia de jornal. Não havia processo judicial. O então cacique pefelista Luiz Eduardo Magalhães entrou na sala e perguntou aos colegas: "Alguém aqui tem dúvida de que eles fizeram isso? Não? Então vamos expulsá-los já". Fez-se política. Os deputados depois foram se defender na Justiça. Dentro da Câmara, tudo se sabe.
Alguém tem dúvida de que Edmar Moreira falou barbaridades (sobre ser incapaz de julgar deputados corruptos)? Faltam dados sobre as dezenas de acusações empilhadas contra ele? Se não há dúvida, também não há razão para o DEM -ou outro partido- mantê-lo filiado. Ao limitar sua ação à retórica, o DEM-PFL mostra ter piorado com o tempo. Na década passada, a sigla mantinha as aparências. Quando eclodia um escândalo, expulsava os envolvidos. Agora nem isso.
O bom e velho PFL
Fernando Rodrigues
BRASÍLIA - O episódio do corregedor da Câmara, Edmar Moreira, revelou os Democratas em grande forma. Foi o bom e velho PFL em ação. Diante da avalanche de acusações contra o dono do castelo, os demos não titubearam: ficaram sem fazer nada. Edmar Moreira, filiado ao Democratas em Minas Gerais, foi apenas convidado a renunciar ao cargo de corregedor. Expulsá-lo ou suspender sua filiação, nem pensar. É a velha tática da pefelândia. Indignação em público, pouca ação em privado e muita fé na ação do tempo para deixar as coisas como estão.
Por analogia, a atitude do PFL é equivalente à de um banco ao descobrir um funcionário suspeito de dar um desfalque. Em vez de afastar o envolvido, sugere ao sujeito que se demita espontaneamente. Ninguém deve ser condenado sem ter amplo direito de defesa, dirão os pefelistas -hoje autodenominados democratas. Quem defende esse argumento esquece a história e confunde política com Justiça. Em 1997, dois deputados do PFL foram flagrados vendendo seus votos. Era uma notícia de jornal. Não havia processo judicial. O então cacique pefelista Luiz Eduardo Magalhães entrou na sala e perguntou aos colegas: "Alguém aqui tem dúvida de que eles fizeram isso? Não? Então vamos expulsá-los já". Fez-se política. Os deputados depois foram se defender na Justiça. Dentro da Câmara, tudo se sabe.
Alguém tem dúvida de que Edmar Moreira falou barbaridades (sobre ser incapaz de julgar deputados corruptos)? Faltam dados sobre as dezenas de acusações empilhadas contra ele? Se não há dúvida, também não há razão para o DEM -ou outro partido- mantê-lo filiado. Ao limitar sua ação à retórica, o DEM-PFL mostra ter piorado com o tempo. Na década passada, a sigla mantinha as aparências. Quando eclodia um escândalo, expulsava os envolvidos. Agora nem isso.
É verdade! O mundo do DEM é o mesmo do PT. Resta colocar nos pratos da balança os crimes de um e de outro para ver qual pesa mais. Mas, essa não é a questão. O problema é o crime, de per si, importando menos quantas ocorrências existem. Mas o mundo do PSDB, do PMDB do PR, e de outros, também é igual, com o mesmo conteúdo de proselitismo, clientelismo e oportunismo. Esses fatores são causados pela ganância, esquecendo-se, os seus componentes, dos milhões de cidadãos à margem dos favores do desenvolvimento. Deveriam eles, apenas, ser os representantes populares e defender os interesses dos eleitores e do país, fiscalizando o Executivo, idealizando o futuro do Brasil e propondo medidas efetivas para o bem estar da população.
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