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Comparação é tudo

A manchete do UOL nesta tarde de quinta-feira grita: Inadimplência atinge maior nível desde 2002. Seria realmente horrível a economia voltar às taxas do tempo do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), não é mesmo?

Neste caso em particular, porém, até que FHC não mandou tão mal. Lendo a matéria, o leitor fica sabendo que a taxa das pessoas físicas hoje está em 8,3% e que estava em 8% no mês passado e em 7,3% antes da crise, em setembro. Ou seja, não foi nenhum grande salto, mas em se tratando de um portal do Grupo Folha, a regra é berrar bem alto: "está ruim, está piorando, vai piorar ainda mais".

Basta ler a reportagem, porém, para ver que o grito histérico não faz muito sentido, pois o índice geral de inadimplência, levando em conta as pessoas jurídicas, está apenas um pouco superior ao verificado em agosto de... 2007! Está aí o texto da matéria, que não deixa mentir: "O indicador nas linhas de aquisição de veículos passou de 4,5% para 4,7%. No cheque especial, recuou de 10,6% para 10,3%. No crédito pessoal, subiu de 5,5% para 5,7%. A inadimplência geral, que inclui também pessoa jurídica, passou de 4,4% em dezembro para 4,6% em janeiro, a taxa mais alta de agosto de 2007 (4,7%)."

Bem que o pessoal lá da Barão de Limeira podia lançar um novo slogan: Folha, de rabo preso com a crise financeira mundial!

Comentários

  1. Genial!!

    Vou adotar o novo slogan da Rolha de Sao Apulo.

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  2. Creio que seria conveniente analisar à quem interessa (banc0s) um alto indice de inadomplencia, que permita (aos bancos)entesouramento, retenções arbitrárias e, principalmente, reduções diretas em impostos devidos. O diabo mora nas entrelinhas e a folha fede menos pelo que diz e mais pelo que insinua...!...
    Pelo jeito isto é serviço encomendado. Jagunçagem jornalística.
    SDS

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  3. Vou ao trabalho de ônibus, por isso não tenho tanta certeza do que vou relatar. Mas um amigo que pega o metrô disse-me que aquela TV instalada nas composições, passando "notícias" e dando dicas sobre um montão de coisas, nos últimos tempos não tem outro assunto que não a tal da crise. Disse ele que é crise, crise e mais crise. Fiquei pensando: Metrô, governo de São Paulo, Serra 2010... Xiiii, deixa pra lá!

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