A aproximação das eleições e o amplo favoritismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste momento da campanha, faltando apenas 25 dias para o pleito de 1° de outubro, já começa a provocar nos bastidores políticos e empresariais especulações sobre o caráter do segundo mandato de Lula e também sobre a equipe que assumirá o comando do governo a partir da reeleição do atual presidente.
Apesar dos esforços para tornar-se competitivo, Geraldo Alckmin corre atrás do prejuízo e ninguém a esta altura do campeonato conversa sobre o que poderia ser um eventual governo tucano pelo simples fato de que a maioria considera perda de tempo conjecturar acerca de cenário tão improvável. O novo governo Lula, ao contrário, tornou-se o talk of the town. Será uma gestão conservadora como a do primeiro mandato, com um novo Palocci na Fazenda ou o presidente terá a coragem de voltar às origens e fazer um governo mais à esquerda? O Banco Central continuará nas mãos de Henrique Meirelles? Os ministros não-petistas que já anunciaram a saída (Luiz Fernando Furlan e Márcio Thomaz Bastos) deixarão o governo? Haverá mesmo uma “concertação”, envolvendo uma parcela do PSDB, para garantir a governabilidade do segundo mandato?
As perguntas são muitas e nenhum analista sério daria, hoje, respostas categóricas a todas elas. Com base no que foi o primeiro mandato de Lula, é possível, no entanto, estabelecer uma linha mestra do que poderá ser este segundo tempo do governo petista. Em primeiro lugar, vai perder dinheiro quem apostar em uma “virada chavista” de Lula. O presidente está cada vez mais distante do figurino do líder sindical radical que incendiava as assembléias em São Bernardo e deverá fazer, no campo político, uma gestão até mais conservadora do que durante os primeiros quatro anos.
A questão da co-habitação de petistas e tucanos no governo também não passa de jogo de cena por um motivo simples: esta tal “concertação” já existe, ou o presidente do Banco Central não seria um tucano de carteirinha, que só saiu do PSDB porque o cargo impunha.
Na verdade, o que se pode esperar de um novo governo Lula é mais do mesmo – justamente o que ele vem prometendo. Ainda no campo político, é provável que o espaço petista na administração diminua um pouco, porque Lula aprendeu com a história e repartirá o poder com o PMDB e parte do PSDB.
De resto, nada deve mudar muito. A política econômica, por exemplo, seguirá ortodoxa, mas não ultra-ortodoxa e privatista, como seria a de Alckmin. É possível que haja algum corte nos gastos públicos e que a taxa de juros siga em queda, mas não haverá grandes rupturas com o que vem sendo feito desde janeiro de 2003, a não ser que uma crise mundial afete os países emergentes e provoque mudança nos rumos do governo. Sem crise, o que se pode esperar é continuidade, especialmente dos procedimentos adotados para tentar levar o Brasil ao “investment grade” e alavancar o crescimento do País, ainda que a taxas consideradas insuficientes por muitos economistas e líderes empresariais. É bom lembrar, no entanto, que o que está sendo considerado "insuficiente" por muitos é mais do que fizeram todos os antecessores de Lula quanto tiveram a oportunidade de comandar o País.
Por fim, qualquer especulação sobre a sucessão presidencial de 2010 é neste momento uma loucura total. Dizer que Lula se prepara para ser sucedido por Marta Suplicy, Ciro Gomes ou Aécio Neves é cair em um conto de sereia que só serve a esses três políticos. O jogo sucessório de 2001 começa daqui a dois anos, com as eleições municipais. Só então será possível vislumbrar o cenário político do segundo mandato de Lula com maior clareza e perceber a nova correlação de forças políticas.
Apesar dos esforços para tornar-se competitivo, Geraldo Alckmin corre atrás do prejuízo e ninguém a esta altura do campeonato conversa sobre o que poderia ser um eventual governo tucano pelo simples fato de que a maioria considera perda de tempo conjecturar acerca de cenário tão improvável. O novo governo Lula, ao contrário, tornou-se o talk of the town. Será uma gestão conservadora como a do primeiro mandato, com um novo Palocci na Fazenda ou o presidente terá a coragem de voltar às origens e fazer um governo mais à esquerda? O Banco Central continuará nas mãos de Henrique Meirelles? Os ministros não-petistas que já anunciaram a saída (Luiz Fernando Furlan e Márcio Thomaz Bastos) deixarão o governo? Haverá mesmo uma “concertação”, envolvendo uma parcela do PSDB, para garantir a governabilidade do segundo mandato?
As perguntas são muitas e nenhum analista sério daria, hoje, respostas categóricas a todas elas. Com base no que foi o primeiro mandato de Lula, é possível, no entanto, estabelecer uma linha mestra do que poderá ser este segundo tempo do governo petista. Em primeiro lugar, vai perder dinheiro quem apostar em uma “virada chavista” de Lula. O presidente está cada vez mais distante do figurino do líder sindical radical que incendiava as assembléias em São Bernardo e deverá fazer, no campo político, uma gestão até mais conservadora do que durante os primeiros quatro anos.
A questão da co-habitação de petistas e tucanos no governo também não passa de jogo de cena por um motivo simples: esta tal “concertação” já existe, ou o presidente do Banco Central não seria um tucano de carteirinha, que só saiu do PSDB porque o cargo impunha.
Na verdade, o que se pode esperar de um novo governo Lula é mais do mesmo – justamente o que ele vem prometendo. Ainda no campo político, é provável que o espaço petista na administração diminua um pouco, porque Lula aprendeu com a história e repartirá o poder com o PMDB e parte do PSDB.
De resto, nada deve mudar muito. A política econômica, por exemplo, seguirá ortodoxa, mas não ultra-ortodoxa e privatista, como seria a de Alckmin. É possível que haja algum corte nos gastos públicos e que a taxa de juros siga em queda, mas não haverá grandes rupturas com o que vem sendo feito desde janeiro de 2003, a não ser que uma crise mundial afete os países emergentes e provoque mudança nos rumos do governo. Sem crise, o que se pode esperar é continuidade, especialmente dos procedimentos adotados para tentar levar o Brasil ao “investment grade” e alavancar o crescimento do País, ainda que a taxas consideradas insuficientes por muitos economistas e líderes empresariais. É bom lembrar, no entanto, que o que está sendo considerado "insuficiente" por muitos é mais do que fizeram todos os antecessores de Lula quanto tiveram a oportunidade de comandar o País.
Por fim, qualquer especulação sobre a sucessão presidencial de 2010 é neste momento uma loucura total. Dizer que Lula se prepara para ser sucedido por Marta Suplicy, Ciro Gomes ou Aécio Neves é cair em um conto de sereia que só serve a esses três políticos. O jogo sucessório de 2001 começa daqui a dois anos, com as eleições municipais. Só então será possível vislumbrar o cenário político do segundo mandato de Lula com maior clareza e perceber a nova correlação de forças políticas.
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