Geraldo Alckmin pode até ir para o segundo turno – pesquisa é pesquisa, eleição é eleição –, mas hoje, madrugada de quarta-feira, o tucanato não está nada seguro do desempenho do candidato nas urnas. O sentimento dominante é de que o pior da crise do dossiê já passou e que, Lula não comparecendo ao debate da TV Globo, a eleição caminha para um desfecho no primeiro turno. Ninguém fala assim em on, na frente das câmeras ou dos gravadores, mas nos bastidores a toalha está sendo jogada até em setores mais combativos, digamos assim, dos apoiadores de Alckmin. E este sentimento não tem nada a ver com a pesquisa CNT/Sensus, a qual é tida como "comprada" pelos tucanos. Na noite desta quarta, teremos mais uma rodada de pesquisas e se Lula não tiver caído mais um pouco é realmente difícil que ele compareça ao debate – Aécio Neves também não foi, é bom lembrar...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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