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Tucanos apostam tudo em agressividade na reta final; PT tenta conter desgaste do "dossiêgate"

O clima tranquilo desta segunda-feira de poucas novidades sobre o escândalo do dossiê que envolveria José Serra com os sanguessugas não deve enganar ninguém. No PT e no PSDB, a situação é de acompanhamento frenético dos "trackings" – as pesquisas feitas por telefone para os comandos da campanha e que trazem resultados diários sobre o humor dos eleitores. Quem falar com tucanos, terá a notícia de que o tracking indica segundo turno com folga; quem ligar para os petistas, será informado de que a queda ocorrida da semana passada estancou e ainda dá para fechar a eleição no primeiro turno.

Nos próximos dias, novas pesquisas serão publicadas e só então o eleitor terá uma noção melhor da real situação eleitoral de Lula e Geraldo Alckmin – não dá para acreditar nas versões vazadas pelos partidos. Os atos dos candidatos, porém, revelam como está a confiança do comando das duas campanhas. Se Lula confirmar a ausência no debate da TV Globo, será porque o tracking petista realmente mostra a probabilidadee de a eleição terminar no primeiro turno. Do lado de Alckmin, não há muito o que o se fazer daqui até o pleito senão bater forte na questão do dossiê. Assim, o termômetro para perceber se Alckmin está confiante ou não no segundo turno será o grau de agressividade: quanto mais agressivo for o ataque, maior a diferença entre Lula e os demais candidatos. Se o segundo turno estiver garantido, é possível que Alckmin até abaixe um pouco o tom dos ataques para não passar uma imagem excessivamente agressiva.

De toda maneira, para uma eleição que caminhava para um desfecho óbvio, com a reeleição de Lula já no primeiro turno, não vai faltar emoção nesta reta final...

Comentários

  1. E Lula de novo com a forço do povo.
    Professor gosei do blog. já está nos meus favoritos!!

    Um abraço!!!

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