Foi difícil acompanhar na noite de ontem o debate da TV Gazeta entre os presidenciáveis Geraldo Alckmin, Heloísa Helena e Cristovam Buarque. Os três se uniram para criticar o presidente Lula pela ausência no programa, mas a verdade é que ele fez bem em não comparecer, dado o nível do encontro, para lá de sofrível. A coisa foi tão ruim que não dá nem sequer para apontar um vencedor no debate. O jornalista Carlos Marchi tentou fazer uma gracinha – dirigiu uma pergunta ao presidente Lula –, mas nem isto a apresentadora Maria Lydia permitiu. Se a eleição terminar no primeiro turno, terá sido um castigo justo para a oposição, por ter escolhido candidatos tão ruins para concorrer neste ano. E não foi por falta de alternativas: podiam estar ali, representando PSDB, PSOL e PDT, gente como José Serra, Plínio de Arruda Sampaio e Nilo Batista. Gente com idéias na cabeça e capacidade de debater projetos para o Brasil, e não picuinhas e generalidades.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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