Pular para o conteúdo principal

O vencedor do debate foi... Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o grande vencedor do debate da TV Globo, ao não comparecer ao programa. As pesquisas qualitativas devem estar mostrando que o prejuízo de Lula ao não aparecer foi muito menor do que se estivesse lá, tendo que se deparar com a agressividade da candidata do PSOL, Heloísa Helena.

Alckmin simplesmente perdeu a chance de perguntar a Lula – se atrapalhou na sua vez. E teve, de resto, um desempenho sofrível no programa, de novo excessivamente robotizado, sem carisma ou garra para mostrar que tem cara de presidente da República.

Cristovam Buarque também bateu bastante em Lula, mas é até complicado entender o que ele diz, pelos problemas de dicção que apresenta. E entendendo as palavras, ainda assim é difícil acompanhar o raciocínio do pedetista...

A verdade é que apenas Heloísa Helena fala a linguagem do povo e era justamente ela que Lula precisava evitar. Se a TV Globo não aprontar outra "edição" do debate no Jornal Nacional, como fez em 1989, dificilmente Lula perde a eleição neste domingo.

A campanha acabou e agora é a vez de falar o povo brasileiro. A vitória de Lula nas urnas no dia 1° de outubro é certa, resta saber se ele conseguirá levar a eleição no primeiro turno ou terá de enfrentar um segundo escrutínio, que pode lhe complicar bastante a reeleição. No momento, porém, o blog continua apostando em uma vitória de Lula já no domingo, por pequena margem, é bem verdade, mas suficiente para desarmar o golpismo das forças de direita.

Comentários

  1. Se houve ganhador do debate, não ficou claro. Mas é certo que o grande perdedor foi o eleitor, que não pode ver, uma vez sequer durante toda a campanha, o candidato a reeleição debater com seus adversários. Tudo bem, a Globo leva a pecha histórica de ter favorecido Collor na edição que fez, mas houve outras oportunidades que o presidente poderia estar presente. Uma pena. Tudo o que as pessoas pensavam que poderia haver nesse governo era corrupção. No entanto, foram pelo menos três grandes casos: sanguessugas, mensalão e dossiê. O presidente devia uma explicação. Deveria ao menos, com dignidade, dar uma respostas aos seus eleitores, mesmo que fosse a de que não sabia de nada. E se tem mais conquistas a seu favor, que mereçam a sua reeleição, que fosse expô-las. Saudades do Lula que parecia não temer nada...
    A indignação de Alckmin quanto à ausência de Lula foi oportuna. Pena que ninguém o lembrou que o candidato do seu partido que lidera as pesquisas para o governo de Minas, Aécio Neves, dois dias antes deixou o púpito vazio, enquanto a apresentadora fazia uma entrevista solitária com Nilmário Miranda, do PT.
    Quanto ao Cristóvam Buarque, se houve algum candidato que tenha deixado uma mensagem marcada durante todo esse processo, foi ele. A despeito de possíveis falhas de dicção que o julgaram ter. Já Heloísa Helena fechou a campanha dando um show de determinação e de fidelidade à sua trajetória política, sem entrar no mérito das suas propostas e ideais.

    ResponderExcluir
  2. Luiz,
    desculpe, mas o povo não consegue entender metade do que a empolada HH fala. "Peças íntimas do vestuário masculino". O que é isso?

    Ela tem um discurso para a esquerda universitária e nada mais. Se vale apenas do tom indignado que agrada a alguns.

    ResponderExcluir
  3. Estou com a OAB, foi um deserviço para a população. É muito estranho perguntar para quem não estar e atacar que não estar, só a Globo mesmo.

    Abraços!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue...

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...