É sempre interessante analisar como os estrangeiros estão observando a política brasileira, porque muitas vezes o olhar externo, distante das pequenas questões locais, consegue enxergar a essência dos movimentos em curso. Na época do mensalão, por exemplo, aqui no Brasil não se falava em outra coisa, mas o assunto nem sequer era comentado no exterior, ao passo que a recuperação econômica do Brasil era notícia. Lendo os jornais de fora era mais fácil entender que Lula tinha, sim, boas chances de se reeleger.
Na reportagem abaixo, da BBC Brasil, reproduzida pela Folha Online, está a visão do jornal La Repubblica, um dos mais importantes da Itália. Vale a pena ler o texto e refletir sobre o conteúdo. "Revolução prudente" e "Brasil-potência" não são palavras ao vento.
"Revolução prudente" de Lula cria Brasil-potência, diz jornal
da BBC Brasil
Uma "revolução prudente" liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva está fazendo nascer uma "potência econômica" do Brasil, afirma matéria publicada nesta segunda-feira no jornal italiano "La Repubblica".
"Aquele líder barbudo que por muitos anos foi o espantalho do grande capital acabou se tornando o presidente do Brasil que agrada o mundo das finanças e da indústria", diz o texto.
"As empresas crescem, o mercado interno se desenvolve e também os capitalistas."
Em tom positivo, o artigo nota que "o Brasil mantém sua posição de guia do continente, maior exportador regional, e economia mais industrializada capaz de produzir fenômenos empreendedores notáveis".
"Famílias novas e tradicionais consolidam seus poderes e se expandem para o exterior", diz o "Repubblica", citando empresários como Roger Agnelli, que encabeça a Companhia Vale do Rio Doce, os banqueiros Joseph e Moise Safra, o governador do Mato Grosso e plantador de soja, Blairo Maggi, e os irmãos Constantino, da Gol.
No entanto, a matéria ressalva que "a transição para uma economia capitalista moderna permanece incompleta", porque ainda falta resolver "o problema da forte desigualdade".
"O país mantém as contradições de sempre, com um desenvolvimento econômico que não reduz as desigualdades e a incapacidade, nos últimos vinte anos, de criar um novo modelo de industrialização."
Competitividade
O diário argentino "La Nación" traz uma matéria em que descreve o debate, no Brasil, para "reverter a perda de competitividade".
"O Brasil perdeu posições em conhecimento e competitividade em relação à Argentina e outros países da América Latina", diz o texto.
O problema foi debatido em um encontro promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), em que, segundo o jornal, os empresários "pediram políticas ativas" do governo: taxas de juros mais baixas, investimentos em inovação tecnológica e um marco regulatório mais simplificado.
De acordo com o diário argentino, empresários no encontro disseram que o país não pode pensar apenas em um plano nacional, e deve investir na regionalização econômica para garantir um desenvolvimento sustentável.
Efeito à distância
Preços de sucos de laranja já estão aumentando no Japão em decorrência da expansão das áreas de plantação de cana-de-açúcar para fabricação de biocombustível, afirma matéria do diário japonês "Yomiuri Shimbun".
Segundo o jornal, grande parte do efeito inflacionário se explica pela transformação de áreas de cultivo no Brasil, produtor de 60% de toda a laranja mundial. A menor oferta de laranja eleva o seu preço.
A matéria diz ainda que o aumento dos sucos de laranja já ameaça criar um "efeito dominó" sobre o preço de outros sucos de fruta industrializados.
Na reportagem abaixo, da BBC Brasil, reproduzida pela Folha Online, está a visão do jornal La Repubblica, um dos mais importantes da Itália. Vale a pena ler o texto e refletir sobre o conteúdo. "Revolução prudente" e "Brasil-potência" não são palavras ao vento.
"Revolução prudente" de Lula cria Brasil-potência, diz jornal
da BBC Brasil
Uma "revolução prudente" liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva está fazendo nascer uma "potência econômica" do Brasil, afirma matéria publicada nesta segunda-feira no jornal italiano "La Repubblica".
"Aquele líder barbudo que por muitos anos foi o espantalho do grande capital acabou se tornando o presidente do Brasil que agrada o mundo das finanças e da indústria", diz o texto.
"As empresas crescem, o mercado interno se desenvolve e também os capitalistas."
Em tom positivo, o artigo nota que "o Brasil mantém sua posição de guia do continente, maior exportador regional, e economia mais industrializada capaz de produzir fenômenos empreendedores notáveis".
"Famílias novas e tradicionais consolidam seus poderes e se expandem para o exterior", diz o "Repubblica", citando empresários como Roger Agnelli, que encabeça a Companhia Vale do Rio Doce, os banqueiros Joseph e Moise Safra, o governador do Mato Grosso e plantador de soja, Blairo Maggi, e os irmãos Constantino, da Gol.
No entanto, a matéria ressalva que "a transição para uma economia capitalista moderna permanece incompleta", porque ainda falta resolver "o problema da forte desigualdade".
"O país mantém as contradições de sempre, com um desenvolvimento econômico que não reduz as desigualdades e a incapacidade, nos últimos vinte anos, de criar um novo modelo de industrialização."
Competitividade
O diário argentino "La Nación" traz uma matéria em que descreve o debate, no Brasil, para "reverter a perda de competitividade".
"O Brasil perdeu posições em conhecimento e competitividade em relação à Argentina e outros países da América Latina", diz o texto.
O problema foi debatido em um encontro promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), em que, segundo o jornal, os empresários "pediram políticas ativas" do governo: taxas de juros mais baixas, investimentos em inovação tecnológica e um marco regulatório mais simplificado.
De acordo com o diário argentino, empresários no encontro disseram que o país não pode pensar apenas em um plano nacional, e deve investir na regionalização econômica para garantir um desenvolvimento sustentável.
Efeito à distância
Preços de sucos de laranja já estão aumentando no Japão em decorrência da expansão das áreas de plantação de cana-de-açúcar para fabricação de biocombustível, afirma matéria do diário japonês "Yomiuri Shimbun".
Segundo o jornal, grande parte do efeito inflacionário se explica pela transformação de áreas de cultivo no Brasil, produtor de 60% de toda a laranja mundial. A menor oferta de laranja eleva o seu preço.
A matéria diz ainda que o aumento dos sucos de laranja já ameaça criar um "efeito dominó" sobre o preço de outros sucos de fruta industrializados.
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