Pular para o conteúdo principal

Kuntz: oposição incompetente e economia
em alta levantam popularidade de Lula

Para o diretor do instituto de pesquisas Brasmarket, Sidney Kuntz, a pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira revela um interessante paradoxo: a avalição positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva melhorou bastante, a despeito da notável queda em quatro das cinco variáveis pesquisadas no Índice do Cidadão (Emprego, Renda, Saúde e Segurança Pública pioraram, só Educação melhorou). Em outras palavras, o brasileiro revela aos pesquisadores que a situação do País piorou, mas confia no presidente e acha que o futuro será melhor. "Lula tem o aval da população, que confia no presidente", diz Kuntz.

O diretor da Brasmarket atribui a dois fatores a alta popularidade do presidente: por um lado, Kuntz aponta a incompetência da oposição, que aposta em uma única estratégia, qual seja a de desgastar o governo por meio de CPIs, deixando de lado qualquer tipo de ação propositiva. Sidney Kuntz lembra que os principais politicos envolvidos nas CPIs de 2005 e 2006, como Arthur Virgílio e Antonio Carlos Magalhães sofreram derrotas históricas nas urnas no ano passado. "O povo não aguenta mais essa história de CPI, acha que cheira à politicagem", explica.

Outro componente que explicaria o alto índice de aprovação ao governo é a economia, ainda que as respostas sobre renda e emprego apontem para uma piora no cenário. A expectativa de melhora, diz Kuntz, é muito grande, e as sucessivas notícias de melhora na taxa de juros, risco brasil e mesmo no PIB, são animadoras. "O povão assimila esses indíces mesmo sem entender muito bem do que se trata. Entendem que o dólar baixo melhora o preço de certas coisas que compram no supermercado", afirma. Segundo Kuntz, o aumento do crédito e os prazos maiores para os pagamentos também ajudam a aumentar a percepção de que as coisas estão melhorando.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe