Risco Brasil atinge nova mínima e se iguala a emergentes
A taxa de risco reflete a confiança do investidor estrangeiro na capacidade de pagamento da dívida de um país. Quanto menor, maior é a confiança do investidor
SÃO PAULO - O Risco Brasil atingiu nova mínima nesta quinta-feira, 5, ao chegar a 161 pontos base, e mais uma vez se igualou ao risco dos países emergentes que, às 15h35 desta quinta-feira, dia 5, está neste mesmo patamar. A taxa de risco reflete a confiança do investidor estrangeiro na capacidade de pagamento da dívida de um país. Quanto menor esta taxa, maior é a confiança do investidor.
Neste patamar, significa que o Brasil paga 1,61 ponto porcentual como prêmio (em dólar) acima dos juros dos títulos norte-americanos, considerados sem risco. Esse prêmio de risco influencia as taxas pagas pelas empresas brasileiras para captar recursos no exterior. Ou seja, o risco Brasil em queda significa menor custo de captação tanto para o governo brasileiro quanto para as empresas do País.
A queda do risco abre a possibilidade para que o Brasil atinja o investment grade, classificação dada os ativos considerados de baixo risco de crédito pelas agências de classificação. Para se ter uma idéia, se o México for tomado como exemplo de comparação, o Brasil está a 60 pontos de receber esta classificação, já que o risco daquele país, que já é considerado grau de investimento pelas agências, oscila atualmente na casa de 100 pontos.
Três anos
A economista-chefe da Mellon Global Investments, Solange Srour, avalia que a queda do Risco Brasil mostra que os investidores estão confiantes em relação ao Brasil, e o mercado já considera o grau de investimento. "Acho que o Brasil está no caminho para o investment grade. Não vai demorar mais do que três anos e um upgrade (melhora na perspectiva) deve vir este ano", disse em entrevista ao Broadcast Ao Vivo - serviço de informações financeiras da Agência Estado. A economista frisou, porém, que para que se chegue ao grau máximo de confiança dos investidores serão necessários avanços nas reformas, os quais ela não acredita que ocorrerão este ano.
A economista observou também que a queda do Risco Brasil daqui para frente dependerá, além das reformas necessárias, da evolução do cenário externo, especialmente da economia dos Estados Unidos, cujo ritmo de desaceleração ainda é discutido. Solange disse ainda que as reservas do Brasil estão num nível bom e que o aumento delas daqui por diante tem menos a ver com a diminuição do risco e mais com a suavização da apreciação do câmbio.
O Risco Brasil foi popularizado durante a crise de confiança que antecedeu a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. No pior momento de nervosismo nos mercados, no segundo semestre daquele ano, o risco Brasil chegou aos 2.400 pontos.
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