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Os militantes da esquerda do PT adoram dizer que o governo Lula "está em disputa", o que na verdade é uma forma de justificar os vários acordos feitos pelo presidente com forças de centro e até de direita no espectro político. Os petistas mais radicais não engolem, por exemplo, os ministros Reinhold Stephanes (Agricultura), Márcio Fortes (Cidades) e muito menos o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Se disputa há, pelo menos no que diz respeito à política econômica a esquerda tem perdido todas. Nesta quarta-feira, porém, o presidente Lula decidiu manter o BNDES nas mãos das alas mais críticas à política econômica e nomeou o economista Luciano Coutinho (foto) para a presidência do banco. Não é pouca coisa: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é o principal instrumento de financiamento do governo federal e a alternativa a Luciano era um ex-vice-presidente do banco Santander, indicado pelo ministro Miguel Jorge. Entre o Santander e a Unicamp, Lula escolheu ficou com a segunda opção e o nome agradou até mesmo gente da extrema esquerda não-petista.
Um governo esquizofrênico, como disse o Paul Singer. Natural quando não se tem maioria no Congresso.
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