Em mais uma colaboração para o Entrelinhas, o professor Wagner Iglecias analisa a última rodada de pesquisas sobre a avaliação do governo Lula. A seguir, a íntegra do texto.
Pesquisas de avaliação de desempenho do governo são cada vez mais comuns no Brasil. Tradição em democracias mais antigas, as pesquisas vão se tornando uma rotina entre nós. Embora a variação dos números relativos ao humor da população brasileira em relação a Lula e a seu governo não seja das maiores nas sondagens recentes, feitas inclusive por empresas diferentes, interpretações sobre elas há para todos os gostos. Como seria natural, quem apóia ou simpatiza com o governo destaca os números mais favoráveis ao presidente e ao Palácio do Planalto, enquanto aqueles que lhe fazem oposição buscam destacar os índices menos vistosos.
O fato é que, independentemente dos olhos que lêem as pesquisas, os números de todas elas vêm atestando, desde pelo menos meados de 2006, uma franca recuperação na popularidade de Lula e a manutenção do apoio a seu governo em níveis elevados. Tentar minimizar os elevados percentuais de aprovação ao governo faz parte do jogo, mas cabe à oposição, no Congresso e entre os meios de comunicação que lhe são próximos, acender o sinal amarelo. Afinal, a economia vai relativamente bem, Lula acaba de fechar um amplíssimo arco de alianças para conferir sustentação política a seu segundo mandato e, de quebra, parece voar em céu azul de brigadeiro, já há um bom tempo, quando se trata de estabelecer uma comunicação direta com o povão.
Tucanos e pefelistas seguem insistindo na estratégia já conhecida de criar CPIs, cujo intuito, como o brasileiro sabe desde os tempos em que o PT era oposição, é quase que unicamente provocar desgaste no governo. A atitude não deu muito certo no ano passado, visto que alguns dos principais nomes do PFL e PSDB que militaram nas diversas CPIs em funcionamento no Congresso entre 2005 e 2006 colheram resultados pífios nas urnas. Enquanto isso Lula toca o seu bilionário PAC e vai se constituindo num importantíssimo cabo eleitoral para as eleições municipais do próximo ano.
Para os partidos da oposição, uma eventual perda das prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro se constituirá num golpe terrível para as pretensões de tucanos e pefelistas em retomar o Palácio do Planalto no pleito de 2010. Até lá, entretanto, muita água vai rolar por debaixo da ponte e muitas pesquisas de avaliação do governo serão divulgadas. No entanto, se as curvas de aprovação a Lula e ao Planalto não sofrerem uma forte inflexão para baixo nos próximos anos muito provavelmente restará a PSDB e PFL aguardar por 2014.
Wagner Iglecias é sociólogo em professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
Pesquisas de avaliação de desempenho do governo são cada vez mais comuns no Brasil. Tradição em democracias mais antigas, as pesquisas vão se tornando uma rotina entre nós. Embora a variação dos números relativos ao humor da população brasileira em relação a Lula e a seu governo não seja das maiores nas sondagens recentes, feitas inclusive por empresas diferentes, interpretações sobre elas há para todos os gostos. Como seria natural, quem apóia ou simpatiza com o governo destaca os números mais favoráveis ao presidente e ao Palácio do Planalto, enquanto aqueles que lhe fazem oposição buscam destacar os índices menos vistosos.
O fato é que, independentemente dos olhos que lêem as pesquisas, os números de todas elas vêm atestando, desde pelo menos meados de 2006, uma franca recuperação na popularidade de Lula e a manutenção do apoio a seu governo em níveis elevados. Tentar minimizar os elevados percentuais de aprovação ao governo faz parte do jogo, mas cabe à oposição, no Congresso e entre os meios de comunicação que lhe são próximos, acender o sinal amarelo. Afinal, a economia vai relativamente bem, Lula acaba de fechar um amplíssimo arco de alianças para conferir sustentação política a seu segundo mandato e, de quebra, parece voar em céu azul de brigadeiro, já há um bom tempo, quando se trata de estabelecer uma comunicação direta com o povão.
Tucanos e pefelistas seguem insistindo na estratégia já conhecida de criar CPIs, cujo intuito, como o brasileiro sabe desde os tempos em que o PT era oposição, é quase que unicamente provocar desgaste no governo. A atitude não deu muito certo no ano passado, visto que alguns dos principais nomes do PFL e PSDB que militaram nas diversas CPIs em funcionamento no Congresso entre 2005 e 2006 colheram resultados pífios nas urnas. Enquanto isso Lula toca o seu bilionário PAC e vai se constituindo num importantíssimo cabo eleitoral para as eleições municipais do próximo ano.
Para os partidos da oposição, uma eventual perda das prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro se constituirá num golpe terrível para as pretensões de tucanos e pefelistas em retomar o Palácio do Planalto no pleito de 2010. Até lá, entretanto, muita água vai rolar por debaixo da ponte e muitas pesquisas de avaliação do governo serão divulgadas. No entanto, se as curvas de aprovação a Lula e ao Planalto não sofrerem uma forte inflexão para baixo nos próximos anos muito provavelmente restará a PSDB e PFL aguardar por 2014.
Wagner Iglecias é sociólogo em professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
Do meu ponto de vista este é o grande problema da oposição, que mesmo tendo o apoio da grande mídia o governo e Lula continuam bem avaliados.
ResponderExcluirBaseados no resultados das pesquisas a oposição esta entrando em parafuso e só vê pela frente um CPI para o governo ficar parado. Como CPI é um prato cheio para a imprensa vender jornais, estão a alimentando com todo o gás.
No alvo Lyreta. E olha que esse professor ali é da USP!
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