A reforma ministerial já terminou, mas alguns cargos de segundo escalão estão sendo objeto de disputa tão acirrada quanto foi a das vagas na Esplanada, já devidamente repartidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O mais cobiçado sem dúvida é o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), hoje presidido pelo jovem economisa Demian Fiocca. Pelo que corre nos bastidores, estão no páreo Luciano Coutinho, que seria o preferido do PT e até mesmo do presidente Lula, e Gustavo Murgel, ex-vice presidente do Banco Santander e nome indicado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Obviamente, a escolha é do presidente Lula, o que não quer necessariamente dizer que Coutinho larga na frente. A escolha será o resultado de um delicado processo de negociação com as forças que compõem a aliança governista e já há até quem aposte na permanência de Fiocca no posto. Muito a grosso modo, o significado da disputa é o seguinte: a nomeação de Murgel significará que Miguel Jorge pode começar a ser realmente chamado de superministro, pois nem Luiz Fernando Furlan conseguiu, ao logo do primeiro mandato, emplacar um candidato seu na presidência do Banco. Pode ser que Lula goste da idéia de ter em Jorge uma alternativa para o poder hoje concentrado nas mãos de Dilma Rousseff e Guido Mantega. A entrada de Coutinho no governo seria certamente vista como uma concessão à esquerda, em uma jogada semelhante à nomeação de Carlos Lessa para o comando do banco início do primeiro mandato. O pessoal da ultra-esquerda ficaria um pouco aborrecido com mais esta demonstração de, digamos assim, afastamento do neoliberalismo por parte do presidente da República. E a permanecer Fiocca, sai vitorioso o sempre low profile Guido Mantega. Voltaremos ao assunto tão logo o imbróglio seja resolvido.
A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue
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