A reforma ministerial já terminou, mas alguns cargos de segundo escalão estão sendo objeto de disputa tão acirrada quanto foi a das vagas na Esplanada, já devidamente repartidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O mais cobiçado sem dúvida é o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), hoje presidido pelo jovem economisa Demian Fiocca. Pelo que corre nos bastidores, estão no páreo Luciano Coutinho, que seria o preferido do PT e até mesmo do presidente Lula, e Gustavo Murgel, ex-vice presidente do Banco Santander e nome indicado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Obviamente, a escolha é do presidente Lula, o que não quer necessariamente dizer que Coutinho larga na frente. A escolha será o resultado de um delicado processo de negociação com as forças que compõem a aliança governista e já há até quem aposte na permanência de Fiocca no posto. Muito a grosso modo, o significado da disputa é o seguinte: a nomeação de Murgel significará que Miguel Jorge pode começar a ser realmente chamado de superministro, pois nem Luiz Fernando Furlan conseguiu, ao logo do primeiro mandato, emplacar um candidato seu na presidência do Banco. Pode ser que Lula goste da idéia de ter em Jorge uma alternativa para o poder hoje concentrado nas mãos de Dilma Rousseff e Guido Mantega. A entrada de Coutinho no governo seria certamente vista como uma concessão à esquerda, em uma jogada semelhante à nomeação de Carlos Lessa para o comando do banco início do primeiro mandato. O pessoal da ultra-esquerda ficaria um pouco aborrecido com mais esta demonstração de, digamos assim, afastamento do neoliberalismo por parte do presidente da República. E a permanecer Fiocca, sai vitorioso o sempre low profile Guido Mantega. Voltaremos ao assunto tão logo o imbróglio seja resolvido.
Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu vivendo. Morreu criando novas lembranças. Morreu não deixando o câncer levar a sua vontade de resistir. Mesmo em estado grave, mesmo em tratamento oncológico, juntou todas as suas forças para assistir ao jogo do seu time Santos, na final da Libertadores, no Maracanã, ao lado do filho. Foi aquela loucura por carinho a alguém, superando o desgaste da viagem e o suor frio dos remédios. Na época, ele acabou criticado nas redes sociais por ter se exposto. Afinal, o que é o futebol perto da morte? Nada, mas não era somente futebol, mas o amor ao seu adolescente Tomás, de 15 anos, cultivado pela torcida em comum. Não vibravam unicamente pelos jogadores, e sim pela amizade invencível entre eles, escreve Fabrício Carpinejar em texto publicado nas redes sociais. Linda homenagem, vale muito a leitura, continua a seguir. Nos noventa minutos, Bruno Covas defendia o seu legado, a sua memória antes do adeus definitivo, para que s...
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