Está muito interessante o relato da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, sobre a reação do maestro John Neschling, pela primeira vez em público, contra as tentativas do governador tucano José Serra de apeá-lo do cargo de regente da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Não está no relato de Mônica, mas no blog de James Akel a informação de que a primeira-dama do Estado, Mônica Serra, passou grande constrangimento na quarta-feira, durante o concerto: o público aplaudiu calorosamente o anúncio das presenças de Fernando Henrique e Ruth Cardoso e também de dona Lila Covas. Quando foi anunciada a presença da primeira-dama, silêncio completo. O PSDB é mesmo um ninho de cobras criadas. A seguir, na íntegra, a matéria de Bergamo:
Neschling desabafa: "Por que eu tenho que sair?"
Aos gritos, o maestro John Neschling desabafava, no camarim da Sala São Paulo, na noite de quarta-feira: "Por que eu tenho que sair? Me diga? Por quê? Por quê?".
Neschling acabara de reger a orquestra num concerto em homenagem a Mario Covas (1930-2001) e em comemoração dos dez anos de construção da sala e de reestruturação da Osesp. Na platéia, uma cadeira vazia gritava: a de José Serra. O governador nunca escondeu que gostaria de ver Neschling longe da condução da orquestra, mas foi vencido na queda de braço com Fernando Henrique Cardoso, que preside a Fundação Osesp e fincou o pé na defesa do maestro.
"O que ele [Serra] quer fazer com a orquestra? Ele não diz. Quem ele quer colocar no meu lugar? Ele não diz. Ele não tem [quem colocar]. Ele tem poder para me tirar? Que tire! Ele não tem esse poder? Então para que essa briga toda? É muio difícil para mim, é muito difícil. O Serra não veio [à apresentação em homenagem a Covas], o [João] Sayad [secretário de Cultura] não veio. E no entanto o Fernando Henrique Cardoso veio, o José Ermírio, o Horácio Lafer Piva. Eu tenho o apoio do conselho da orquestra. Ela está maravilhosa, esplendidamente administrada, de forma transparente. Ele [Serra] quer me tirar? Então convença o conselho. Ou espere o meu contrato terminar." O contrato de Neschling vai até 2010.
O desabafo foi feito a José Henrique Reis Lobo, secretário de Relações Institucionais de Serra, e à produtora cultural tucana Lulu Librandi, os únicos que conseguiram entrar no camarim do maestro depois da apresentação.
A coluna também tentou entrar no camarim, mas foi barrada por Neschling. Seus gritos, no entanto, eram claramente ouvidos do lado de fora. Assessores do maestro que estavam na porta também testemunharam a gritaria.
Neschling revelou que sua relação com João Sayad é boa -ele até o convidou para seu casamento com Patrícia Melo, no dia 6 de maio. Mas o maestro diz que se recusa a receber assessores de Sayad com quem está brigado. Referindo-se a uma das assessoras, disse: "Essa não entra aqui!".
Neschling desabafa: "Por que eu tenho que sair?"
Aos gritos, o maestro John Neschling desabafava, no camarim da Sala São Paulo, na noite de quarta-feira: "Por que eu tenho que sair? Me diga? Por quê? Por quê?".
Neschling acabara de reger a orquestra num concerto em homenagem a Mario Covas (1930-2001) e em comemoração dos dez anos de construção da sala e de reestruturação da Osesp. Na platéia, uma cadeira vazia gritava: a de José Serra. O governador nunca escondeu que gostaria de ver Neschling longe da condução da orquestra, mas foi vencido na queda de braço com Fernando Henrique Cardoso, que preside a Fundação Osesp e fincou o pé na defesa do maestro.
"O que ele [Serra] quer fazer com a orquestra? Ele não diz. Quem ele quer colocar no meu lugar? Ele não diz. Ele não tem [quem colocar]. Ele tem poder para me tirar? Que tire! Ele não tem esse poder? Então para que essa briga toda? É muio difícil para mim, é muito difícil. O Serra não veio [à apresentação em homenagem a Covas], o [João] Sayad [secretário de Cultura] não veio. E no entanto o Fernando Henrique Cardoso veio, o José Ermírio, o Horácio Lafer Piva. Eu tenho o apoio do conselho da orquestra. Ela está maravilhosa, esplendidamente administrada, de forma transparente. Ele [Serra] quer me tirar? Então convença o conselho. Ou espere o meu contrato terminar." O contrato de Neschling vai até 2010.
O desabafo foi feito a José Henrique Reis Lobo, secretário de Relações Institucionais de Serra, e à produtora cultural tucana Lulu Librandi, os únicos que conseguiram entrar no camarim do maestro depois da apresentação.
A coluna também tentou entrar no camarim, mas foi barrada por Neschling. Seus gritos, no entanto, eram claramente ouvidos do lado de fora. Assessores do maestro que estavam na porta também testemunharam a gritaria.
Neschling revelou que sua relação com João Sayad é boa -ele até o convidou para seu casamento com Patrícia Melo, no dia 6 de maio. Mas o maestro diz que se recusa a receber assessores de Sayad com quem está brigado. Referindo-se a uma das assessoras, disse: "Essa não entra aqui!".
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