O que está nos jornais nesta terça-feira corrobora a análise feita neste blog a respeito das conversas do presidente Lula com a oposição: a negociação está girando principalmente em torno da prorrogação da CPMF, matéria que demanda quórum qualificado de dois terços em cada uma das casas do Congresso Nacional. Na Câmara, o governo até teria uma situação tranquila, mas conseguir os dois terços do Senado não é tarefa assim tão fácil: DEM e PSDB juntos somam 32 dos 81 senadores da República, número suficiente para impedir a maioria de dois terços. Ao fim e ao cabo, é provável que a negociação acabe bem para o governo porque o presidente já acenou com o repasse de parte dos recursos da CPMF para estados e municípios e os oposicionistas não estão em condições de recusar dinheiro para os prefeitos e governadores da sua tropa. De toda maneira, será preciso conversar e é a isto que o presidente vai se dedicar nas próximas semana.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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