Pular para o conteúdo principal

Na economia, só boas notícias

A Bolsa de Valores de São Paulo bateu nesta segunda-feira mais um recorde histórico, tendo superado 47 mil pontos (fechou em 46.854, um pouquinho acima do marco anterior, da semana passada). O risco-país caiu para o menor valor da história – 154 pontos base. Já o dólar está no menor valor desde 2001, se aproximando dos R$ 2. Na semana passada já havia sido assim e os fatos se repetem, como devem se repetir ao longo deste ano.

Para desespero da oposição, o cenário mais provável é de crescimento vigoroso da economia brasileira em 2007, com diminuição do desemprego, aumento da renda, especialmente dos mais pobres, e quebra de diversos recordes de índices relativos à economia do País, como as taxas de risco, juros (é bom lembrar que qualquer movimento de baixa que o Copom realize significará, daqui para frente, na menor taxa de juros nominal da história...), câmbio, etc. A Bovespa também vai passar os próximos meses batendo recorde atrás de recorde, para a infelicidade dos editores de economia dos jornalões, que terão que apelar para a criatividade a fim de não repetir o mesmo lide nas matérias sobre o mercado de capitais.

O fato é que a economia tende a ajudar muito o presidente Lula neste início de segundo mandato. Com tantas notícias alvissareiras, algumas das falhas de sua administração ficarão mascaradas e o discurso de que existe uma crise de gerência do governo soarão simplesmente ridículas. Afinal, se Lula não tem o dom de governar, como disse outro dia um historiador que certamente não será lido por ninguém no futuro, resta saber o que fizeram os seus antecessores com tal dom para levar o Brasil, sucessivamente, para o buraco...

Dizer que a economia cresce "apesar do atual governo", e não por causa dele é outro argumento risível para o povão, que se recorda, sabiamente, do que aprontaram os Cardosos, Francos, Parentes e outros tucanos de bico longo que já tiveram a chance de mostrar serviço por 8 longos anos à frente do governo federal.

Nesta segunda-feira de tantas notícias boas para a economia, a agência Reuters soltou uma reportagem dando conta que o ex-presidente Fernando Henrique estaria moblizando a sua base política para que "esquecesse" os projetos que acabam com a reeleição. A justificativa de FHC é simples: mudando a legislação agora, o jogo pode ser "zerado", permitindo a qualquer brasileiros, inclusive Luiz Inácio Lula da Silva, disputar a eleição de 2010. Pelo visto, FHC está sentido muito de longe os primeiros cheiros do desejo do povo brasileiro por mais um mandato de Lula. Em português claro, a oposição está começando a temer mais seriamente esta possibilidade e já começa a se movimentar para tentar impedir uma eventual terceira eleição do presidente Lula.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...

Dúvida atroz

A difícil situação em que se encontra hoje o presidente da República, com 51% de avaliação negativa do governo, 54% favoráveis ao impeachment e rejeição eleitoral batendo na casa dos 60%, anima e ao mesmo tempo impõe um dilema aos que articulam candidaturas ditas de centro: bater em quem desde já, Lula ou Bolsonaro?  Há quem já tenha a resposta, como Ciro Gomes (PDT). Há também os que concordam com ele e vejam o ex-presidente como alvo preferencial. Mas há quem prefira investir prioritariamente no derretimento do atual, a ponto de tornar a hipótese de uma desistência — hoje impensável, mas compatível com o apreço presidencial pelo teatro da conturbação — em algo factível. Ao que tudo indica, só o tempo será capaz de construir um consenso. Se for possível chegar a ele, claro. Por ora, cada qual vai seguindo a sua trilha. Os dois personagens posicionados na linha de tiro devido à condição de preferidos nas pesquisas não escondem o desejo de se enfrentar sem os empecilhos de terceira,...