Pular para o conteúdo principal

As pandemias de Aids e de Covid-19

Termina hoje a 23ª Conferência Internacional sobre Aids, instalada dia 6 e realizada de forma virtual em decorrência da pandemia pelo novo coronavírus. Aids e Covid-19 têm em comum o fato de, inicialmente, a disseminação das duas doenças por todo o globo ter ocorrido quando o agente etiológico delas era desconhecido. O vírus da Covid-19, entretanto, foi rapidamente identificado e medidas sanitárias para sua contenção foram rapidamente estabelecidas, escreve Julio Abramczyk em artigo publicado sexta, 10/7, na Folha de S. Paulo. Vale a leitura, continua a seguir.

Um significativo avanço científico sobre o novo coronavirus é a probabilidade de nos próximos meses estar à disposição da população uma vacina.
Diferentemente da pandemia atual pela Covid-19, há quase quarenta anos, em 1981, surgia o primeiro paciente portador de Aids nos Estados Unidos.
Considerada doença de causa desconhecida e com expectativa de vida de poucos meses, trouxe pânico à população e marginalização implacável aos primeiros doentes.
Foi somente em 1984 que o francês Luc Montagnier e o americano Robert Gallo, de forma independente, descobriram que o HIV (vírus da imunodeficiência humana) era o agente causador da doença comentam, em artigo sobre a epidemia do HIV/Aids, Anthony S. Fauci e H. Clifford Lane, respectivamente diretor e médico do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos.
Poucos anos depois, 1987 marca o início da série de descobertas dos medicamentos, inicialmente com a zidovudina, seguida depois com a terapia antirretroviral e inibidores da protease.
Para a Aids, uma vacina ainda não estará disponível por um longo tempo. Mas há vários métodos para a sua prevenção e tratamento.
Atualmente, explicou Fauci em uma das sessões da 20ª Conferência Internacional Virtual sobre Aids, a profilaxia pré-exposição à Aids (PrEP) reduz o risco de contrair o HIV em cerca de 99%.
A prevenção pode ser efetuada com a droga cabotegravir, injetada a cada oito semanas ou com a droga oral Truvada, tomada diariamente sob a forma de comprimidos.
Julio Abramczyk é médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica (CNPq).



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um pai

Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu vivendo. Morreu criando novas lembranças. Morreu não deixando o câncer levar a sua vontade de resistir.  Mesmo em estado grave, mesmo em tratamento oncológico, juntou todas as suas forças para assistir ao jogo do seu time Santos, na final da Libertadores, no Maracanã, ao lado do filho.  Foi aquela loucura por carinho a alguém, superando o desgaste da viagem e o suor frio dos remédios.  Na época, ele acabou criticado nas redes sociais por ter se exposto. Afinal, o que é o futebol perto da morte?  Nada, mas não era somente futebol, mas o amor ao seu adolescente Tomás, de 15 anos, cultivado pela torcida em comum. Não vibravam unicamente pelos jogadores, e sim pela amizade invencível entre eles, escreve Fabrício Carpinejar em texto publicado nas redes sociais. Linda homenagem, vale muito a leitura, continua a seguir.  Nos noventa minutos, Bruno Covas defendia o seu legado, a sua memória antes do adeus definitivo, para que s...

Dica da Semana: Tarso de Castro, 75k de músculos e fúria, livro

Tom Cardoso faz justiça a um grande jornalista  Se vivo estivesse, o gaúcho Tarso de Castro certamente estaria indignado com o que se passa no Brasil e no mundo. Irreverente, gênio, mulherengo, brizolista entusiasmado e sobretudo um libertário, Tarso não suportaria esses tempos de ascensão de valores conservadores. O colunista que assina esta dica decidiu ser jornalista muito cedo, aos 12 anos de idade, justamente pela admiração que nutria por Tarso, então colunista da Folha de S. Paulo. Lia diariamente tudo que ele escrevia, nem sempre entendia algumas tiradas e ironias, mas acompanhou a trajetória até sua morte precoce, em 1991, aos 49 anos, de cirrose hepática, decorrente, claro, do alcoolismo que nunca admitiu tratar. O livro de Tom Cardoso recupera este personagem fundamental na história do jornalismo brasileiro, senão pela obra completa, mas pelo fato de ter fundado, em 1969, o jornal Pasquim, que veio a se transformar no baluarte da resistência à ditadura militar no perío...

Dica da semana: Nine Perfect Strangers, série

Joia no Prime traz drama perturbador que consagra Nicole Kidman  Dizer que o tempo não passou para Nicole Kidman seria tão leviano quanto irresponsável. E isso é bom. No charme (ainda fatal) de seus 54 anos, a australiana mostra que tem muita lenha para queimar e escancara o quanto as décadas de experiência lhe fizeram bem, principalmente para composição de personagens mais complexas e maduras. Nada de gatinhas vulneráveis. Ancorando a nova série Nine Perfect Strangers, disponível na Amazon Prime Video, a eterna suicide blonde de Hollywood – ok, vamos dividir o posto com Sharon Stone – empresta toda sua aura de diva para dar vida à mística Masha, uma espécie de guru dos novos tempos que desenvolveu uma técnica terapêutica polêmica, pouco acessível e para lá de exclusiva. Em um lúdico e misterioso retiro, a “Tranquillum House”, a exotérica propõe uma nova abordagem de tratamento para condições mentais e psicossociais manifestadas de diferentes formas em cada um dos nove estranhos, “...