Está na Folha de S. Paulo a declaração que vai abaixo, sobre a prisão do rabino Henry I. Sobel nos Estados Unidos, por furto de gravatas. O senhor José Gregori foi ministro da Justiça no governo Fernando Henrique e é um dos "quadros" de relevo do PSDB.
"Na opinião do presidente da Comissão dos Direitos Humanos de SP, José Gregori, Sobel é 'o estrangeiro que mais colaborou para a integração da comunidade judaica no Brasil'. 'O que me deixa aterrado é a polícia americana ter chegado a esse grau de boçalidade. Você, como delegado, tem de saber quem prende', afirma. "
Gregori não faz por mal. O que ele afirmou é de fato um despautério, mas está dentro dos limites mentais e da boçalidade da elite brasileira.
Não, caro ex-ministro, a polícia americana não agiu com boçalidade, mas de forma republicana. Não interessa se o ladrão é rabino, banqueiro, artista ou mesmo político do PSDB ou do PT: roubou, vai para a cadeia e de lá só sai pagando fiança. É o que determina a lei e vale para todo mundo. O delegado, portanto, "não tem de saber quem prende" – frase típica de quem utiliza o velho bordão "você sabe com quem está falando?": seu dever é aplicar a lei independentemente da posição da pessoa na sociedade. Evidentemente, isto não corrige todas as distorções de um regime desigual, como se viu no caso do rabino – Sobel tinha os US$ 3 mil exigidos de fiança e ao contrário de muita gente pôde deixar a prisão rapidamente. Se não corrige todas as distorções, pelo menos dá ao cidadão a tranquilidade de saber que a lei é uma só e vale para todos.
"Na opinião do presidente da Comissão dos Direitos Humanos de SP, José Gregori, Sobel é 'o estrangeiro que mais colaborou para a integração da comunidade judaica no Brasil'. 'O que me deixa aterrado é a polícia americana ter chegado a esse grau de boçalidade. Você, como delegado, tem de saber quem prende', afirma. "
Gregori não faz por mal. O que ele afirmou é de fato um despautério, mas está dentro dos limites mentais e da boçalidade da elite brasileira.
Não, caro ex-ministro, a polícia americana não agiu com boçalidade, mas de forma republicana. Não interessa se o ladrão é rabino, banqueiro, artista ou mesmo político do PSDB ou do PT: roubou, vai para a cadeia e de lá só sai pagando fiança. É o que determina a lei e vale para todo mundo. O delegado, portanto, "não tem de saber quem prende" – frase típica de quem utiliza o velho bordão "você sabe com quem está falando?": seu dever é aplicar a lei independentemente da posição da pessoa na sociedade. Evidentemente, isto não corrige todas as distorções de um regime desigual, como se viu no caso do rabino – Sobel tinha os US$ 3 mil exigidos de fiança e ao contrário de muita gente pôde deixar a prisão rapidamente. Se não corrige todas as distorções, pelo menos dá ao cidadão a tranquilidade de saber que a lei é uma só e vale para todos.
Absurda essa frase do José Gregori. Infelizmente, ela expressa um pensamento comum ao brasileiro arrogante, que pensa ainda viver numa sociedade de castas. Uma pena. Uma vergonha, como diria certo jornalista conservador...
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