Pular para o conteúdo principal

Franklin comandará a Comunicação Social

O jornalista Franklin Martins aceitou o convite do presidente Lula e vai comandar a Comunicação Social do governo. A secretaria tem status de ministério e sofrerá mudanças em seu organograma com a chegada do novo titular, que substitui André Singer. É quase certo que Franklin Martins venha a comandar a implementação da nova emissora de TV Pública e tenha sob a sua guarda praticamente toda a publicidade do governo federal. Não é pouca coisa.

Com o sim de Franklin a Lula, o parajornalista Diogo Mainardi deverá voltar a abrir a sua "pastinha" e bater forte no novo ministro. Mainardi está sendo processado por Franklin, a quem acusa de "lulista", como fez com tantos outros colegas de profissão. O pequeno McCarthy de Veja não vai deixar barato a chance de "provar" que tinha razão.

Leia abaixo a versão da Agência Estado para a nomeação do novo ministro.


Franklin Martins aceita ser ministro da Comunicação Social

Jornalista assumirá uma nova estrutura de comunicação do Planalto, que reunirá algumas áreas e será definida na próxima semana, quando tomará posse

Ricardo Amaral, Reuters
BRASÍLIA - O jornalista Franklin Martins aceitou nesta quinta-feira, 22, o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser o ministro encarregado da área de comunicação social do governo.

O formato da nova estrutura de comunicação do Planalto - que reunirá algumas áreas - será definido até a próxima semana, quando Franklin tomará posse. O jornalista vai cuidar de relações com a imprensa, publicidade e também do projeto de uma rede nacional pública de TV.

O jornalista não quis dar detalhes sobre a função, mas confirmou ter sido recebido em audiência no Planalto no final da tarde. "Tive hoje uma segunda conversa com o presidente e aceitei o convite", disse Franklin à Reuters. O convite ao jornalista foi feito pela primeira vez numa conversa com Lula na primeira quinzena do mês.

Parte da nova estrutura virá da atual Subsecretaria de Comunicação Institucional (Secom), vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República. A Secretaria de Imprensa e Porta-Voz (SIP), que cuida das relações coma imprensa, será totalmente incorporada. O projeto de criação de uma rede nacional de televisão pública vem sendo discutido na Secretaria-Geral e no Ministério da Cultura.

O Ministério das Comunicações elaborou um estudo de viabilidade que estima em 250 milhões de reais as necessidades de investimento para implantar a rede, ainda no sistema analógico. A conversa com Franklin Martins não constava da agenda oficial do presidente Lula nesta quinta.

Dirigentes do PMDB que estiveram no Planalto à tarde encontraram-se com Martins e com o jornalista João Santana, responsável pela campanha da reeleição de Lula. "Acho que vocês terão mais um colega ministro hoje", disse a jornalistas o presidente do PMDB, Michel Temer, insinuando que Martins teria aceitado o convite.

Outro jornalista, o executivo Miguel Jorge, do grupo Santander Banespa, já havia sido convidado por Lula, na quarta, para ser o novo ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio.

Ex-guerrilheiro

Franklin Martins foi comentarista político do Jornal Nacional e do Jornal da Globo até maio de 2006, quando seu contrato com a Rede Globo não foi renovado. Atualmente, trabalha na Rede Bandeirantes, que terá de deixar se for confirmada sua ida para Brasília.

O jornalista foi líder estudantil e depois guerrilheiro. Ex-militante do grupo comunista MR-8, participou do seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick. A ação forçou o governo a libertar 15 presos políticos. Entre eles, José Dirceu.

Recentemente, Martins travou polêmica com o colunista Diogo Mainardi, da revista Veja, que o acusou de ter influenciado na nomeação de parentes a cargos públicos. Martins negou as acusações.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe