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O que separa Serra de Alckmin

Geraldo Alckmin está de volta, mas por pouco tempo. Já avisou que retorna para os Estados Unidos neste domingo, a fim de finalizar o seu "período sabático". Disse também que apenas no segundo semestre retomará as atividades profissionais no Brasil. Será professor em uma universidade na baixada santista e provavelmente disputará a presidência do PSDB.

Tudo que o governador José Serra não deseja é ver Alckmin mandando no seu partido. Até lá, muita água vai rolar debaixo da ponte e quem conhece os bastidores do PSDB diz que o governador paulista não vai deixar barato o comando partidário para Alckmin.

A verdade é que, apesar de correligionários, muita coisa separa Serra e Alckmin. Em menos de três meses, o atual governador mudou tanta coisa na administração estadual que um observador externo jamais diria que se trata de uma gestão de "continuidade", tocada por alguém do mesmo partido que o governante anterior. A lista não é pequena, vamos a ela:

1. Alckmin introduziou a progressão continuada na Educação; Serra já reduziu de 4 para 2 anos o período que os alunos "passam" automaticamente e promete acabar com o sistema.

2. Na gestão Alckmin, acabaram as avaliações dos alunos; Serra mandou retomar o sistema de "provas".

3. Alckmin passou a campanha presidencial prometendo vender o "Aerolula"; Serra mandou recomprar o avião que seu antecessor tinha vendido.

4. Alckmin fez de seu "choque de gestão" o mote da campanha presidencial; Serra está realizando um recadastramento do funcionalismo público para averiguar quantos "esqueletos" seu antecessor deixou para a nova administração.

5. Alckmin afirmou, em público, que tinha "exterminado" o PCC; Serra trocou toda a cúpula da Segurança Pública e adotou uma nova orientação no combate à violência.

6. Durante seus dois mandatos, Alckmin governou com a Febem praticamente conflagrada – era raro o mês que não ocorressem rebeliões; até agora, Serra não enfrentou uma única rebelião até aqui.

Esses são apenas alguns pontos que separam Serra e Alckmin. O mais importante deles, porém, é outro, sobre o qual nenhum dos tucanos jamais falará: a eleição presidencial de 2010, em que os dois poderão, de novo, estar concorrendo pela vaga do partido ou até, em legendas diferentes, se enfrentarem nas urnas. Embora possa parecer, Alckmin de bobo não tem nada e se já conseguiu colocar Serra nas cordas uma vez, nada impede que repita a manobra. Há muita água para rolar debaixo da ponte e as eleições de 2008 devem ser um marco na correnteza.

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