O deputado federal Michel Temer seguirá no comando do PMDB: foi eleito domingo com quase 600 votos dos convencionais. Apenas 4 não votaram em Temer, o que em tese é um sinal de união do partido. Mas a verdade não é necessariamente esta, porque não houve disputa e quem conhece de perto o partido sabe que será necessário um trabalho político intenso do presidente reeleito para deixar, digamos assim, menos insatisfeitos os partidários da candidatura de Nelson Jobim, que renunciou quando percebeu que a derrota era inevitável. Nada que Temer, raposa velha que é, não tenha capacidade de resolver. A reforma ministerial e as próximas votações no Congresso, especialmente no Senado, vão mostrar se o PMDB está de fato mais coeso e unido. É até provável que esteja, mas só os próximos capítulos do jogo político vão comprovar a tese.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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