O deputado federal Michel Temer seguirá no comando do PMDB: foi eleito domingo com quase 600 votos dos convencionais. Apenas 4 não votaram em Temer, o que em tese é um sinal de união do partido. Mas a verdade não é necessariamente esta, porque não houve disputa e quem conhece de perto o partido sabe que será necessário um trabalho político intenso do presidente reeleito para deixar, digamos assim, menos insatisfeitos os partidários da candidatura de Nelson Jobim, que renunciou quando percebeu que a derrota era inevitável. Nada que Temer, raposa velha que é, não tenha capacidade de resolver. A reforma ministerial e as próximas votações no Congresso, especialmente no Senado, vão mostrar se o PMDB está de fato mais coeso e unido. É até provável que esteja, mas só os próximos capítulos do jogo político vão comprovar a tese.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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