A visita do presidente George W. Bush não causou tantos transtornos para o trânsito de São Paulo quanto a imprensa anunciou. O caos não ocorreu, pelo menos até agora, quase meio-dia desta sexta-feira. Segundo a CET, a cidade registrou 70 quilômetros de congestionamento às 1oh, um pouco acima da média, de 59 km. Antes, às 9h30, foram registrados 79 km de lentidão, abaixo da média para o horário, que é de 99 km. Evidentemente, os deslocamentos de Bush causam transtornos nas regiões por onde ele passa, o que é natural e não mata ninguém, apenas aborrece por alguns minutos. A histeria da mídia, portanto, pode ser encarada como uma forma de colonialismo –"vejam como ele é poderoso, interdita até as marginais" –, e o fato é que São Paulo vive um dia até calmo durante a passagem dopresidente norte-americano pelo Brasil.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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