Vestir uma roupa como se de fato fôssemos ao escritório e diferenciar vida profissional e privada são dois aspectos fundamentais para que o trabalho em casa seja uma experiência positiva, escreve Pilar Jericó no El País, em artigo publicado dia 24/5. Abaixo a íntegra, com dicas boas.
O home office veio para ficar. Embora o confinamento termine, muitos empregados não voltarão ao escritório. Trabalharão em casa ou no lugar onde estiverem. Antes de a covid-19 ter entrado em nossas vidas, a porcentagem de pessoas que faziam home office diariamente na Espanha mal superava os 4%, segundo o Eurostat. É provável que o número de trabalhadores que se juntarão a essa nova rotina será muito maior quando estes tempos estranhos terminarem, por decisão das empresas ou dos próprios profissionais. Trabalhar em casa tem suas vantagens: poupamos tempo e gastos no deslocamento e desfrutamos de maior flexibilidade horária. No entanto, para algumas pessoas isso pode ser um fardo, e não apenas pelas dificuldades que podem encontrar em casa com a família. Podemos nos acostumar com o home officee até tirar proveito dele se soubermos incorporar alguns hábitos simples, como reconhecem os profissionais que estão há anos nessa dinâmica.
O primeiro passo é organizar nossa agenda como se estivéssemos no escritório. Temos que revisar quais são as coisas importantes que devemos fazer, mas sem nos esquecer de reservar um tempo para responder e-mails, pensar ou comer tranquilamente. Muitas organizações caem no risco da reunionite digital, ou seja, o excesso de reuniões ou de chamadas telefônicas a qualquer hora e o consequente estresse. “Como não existe a barreira ou a desculpa das viagens ou das reuniões presenciais, supõe-se que todos podem se reunir a qualquer momento, mas não é assim”, diz o diretor de uma empresa de telecomunicações. Precisamos aprender a gerenciar nosso tempo e estabelecer limites para que nossa jornada não seja de 24 horas. Se queremos ser produtivos, precisamos descansar e trabalhar de maneira saudável.
Outro ponto fundamental para viver melhor o home office é incorporar hábitos simples para que nossa mente aprenda a passar do modo trabalho ao modo vida pessoal. Por um lado, devemos escolher um espaço para trabalhar, mesmo que seja no canto de uma mesa se nossa casa for muito pequena. Por outro lado, “precisamos nos vestir como se esperássemos uma visita”, explica Javier de Alfonso, empreendedor da vocesenlared.com, que faz home office desde 1995. Com estes dois passos simples conseguimos que nossa cabeça aprenda a desconectar do trabalho sem precisar sair de casa.
As relações pessoais também serão afetadas pelos novos hábitos. Não será tão fácil tomar um café com os colegas ou uma cerveja depois do expediente. No entanto, existe a possibilidade de gerar novas relações de maneira digital. Silvia Carrillo, especialista sênior de marketing da SAP, uma empresa de tecnologia que incentiva o home office entre seus funcionários há quase duas décadas, afirma que esse modelo facilita o equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional. “Quando cheguei, nenhum colega da minha equipe estava na Espanha. Meu ambiente de trabalho passou a ser 100% virtual.” Carrillo diz que essa circunstância obriga a se comunicar “de outra forma”. Trata-se de sermos mais expressivos nas mensagens escritas para que o emissor capte bem o conteúdo. Também são organizados eventos na SAP para fazer com que as pessoas se sintam mais próximas. Por exemplo, são realizadas comemorações por ocasião do Natal ou do Halloween, quando todos se fantasiam ou buscam algo para surpreender os colegas. “Outro dia organizaram uma festa surpresa para uma colega norte-americana que ia ter um filho, um chá de bebê”, explica Carrillo. Foi uma reunião virtual, durou menos de uma hora e mais de 50 pessoas participaram. Entre outras coisas, foram organizados jogos digitais. Em um deles os funcionários tinham que adivinhar o preço de alguns produtos infantis ou reconhecer quem era quem através de fotografias que mostravam aos colegas de quando eram pequenos. São alguns exemplos de iniciativas que podem substituir a necessidade de proximidade entre os colegas e que podem ser compatibilizadas com as carregadas agendas de trabalho.
Para que o home office tenha o sucesso desejado é necessário que conviva com as experiências presenciais. Às vezes, a inércia pode nos levar a ficar em casa, mas temos que nos forçar a sair nos fins de semana, ver os amigos e ter certas rotinas de esporte ou de caminhadas diárias. O trabalho é uma parte importante de nossa vida e pode ser gratificante se desfrutarmos das vantagens de trabalhar em casa.
Cinco dicas para neófitos em um novo modelo de home office
• Organizar a agenda, reter o que é importante e dedicar tempo a outras atividades relevantes. Não cair na reunionite virtual, ou seja, chamadas a qualquer momento do dia.
• Definir truques para diferenciar muito bem o modo trabalho do modo vida pessoal quando estivermos em casa.
• Gerar novas interações com os colegas.
• Devemos continuar nos encontrando de maneira virtual.• Ver os amigos, se obrigar a sair de casa nos fins de semana... É preciso criar vida para além da tela do computador ou do telefone celular.
• Tomar consciência e desfrutar das vantagens que o home office oferece: flexibilidade, economia de gastos e de tempo no transporte e maior liberdade para compatibilizar as atividades familiares.
Pilar Jericó é coordenadora do blog Laboratório de felicidade, de EL PAÍS.
O home office veio para ficar. Embora o confinamento termine, muitos empregados não voltarão ao escritório. Trabalharão em casa ou no lugar onde estiverem. Antes de a covid-19 ter entrado em nossas vidas, a porcentagem de pessoas que faziam home office diariamente na Espanha mal superava os 4%, segundo o Eurostat. É provável que o número de trabalhadores que se juntarão a essa nova rotina será muito maior quando estes tempos estranhos terminarem, por decisão das empresas ou dos próprios profissionais. Trabalhar em casa tem suas vantagens: poupamos tempo e gastos no deslocamento e desfrutamos de maior flexibilidade horária. No entanto, para algumas pessoas isso pode ser um fardo, e não apenas pelas dificuldades que podem encontrar em casa com a família. Podemos nos acostumar com o home officee até tirar proveito dele se soubermos incorporar alguns hábitos simples, como reconhecem os profissionais que estão há anos nessa dinâmica.
O primeiro passo é organizar nossa agenda como se estivéssemos no escritório. Temos que revisar quais são as coisas importantes que devemos fazer, mas sem nos esquecer de reservar um tempo para responder e-mails, pensar ou comer tranquilamente. Muitas organizações caem no risco da reunionite digital, ou seja, o excesso de reuniões ou de chamadas telefônicas a qualquer hora e o consequente estresse. “Como não existe a barreira ou a desculpa das viagens ou das reuniões presenciais, supõe-se que todos podem se reunir a qualquer momento, mas não é assim”, diz o diretor de uma empresa de telecomunicações. Precisamos aprender a gerenciar nosso tempo e estabelecer limites para que nossa jornada não seja de 24 horas. Se queremos ser produtivos, precisamos descansar e trabalhar de maneira saudável.
Outro ponto fundamental para viver melhor o home office é incorporar hábitos simples para que nossa mente aprenda a passar do modo trabalho ao modo vida pessoal. Por um lado, devemos escolher um espaço para trabalhar, mesmo que seja no canto de uma mesa se nossa casa for muito pequena. Por outro lado, “precisamos nos vestir como se esperássemos uma visita”, explica Javier de Alfonso, empreendedor da vocesenlared.com, que faz home office desde 1995. Com estes dois passos simples conseguimos que nossa cabeça aprenda a desconectar do trabalho sem precisar sair de casa.
As relações pessoais também serão afetadas pelos novos hábitos. Não será tão fácil tomar um café com os colegas ou uma cerveja depois do expediente. No entanto, existe a possibilidade de gerar novas relações de maneira digital. Silvia Carrillo, especialista sênior de marketing da SAP, uma empresa de tecnologia que incentiva o home office entre seus funcionários há quase duas décadas, afirma que esse modelo facilita o equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional. “Quando cheguei, nenhum colega da minha equipe estava na Espanha. Meu ambiente de trabalho passou a ser 100% virtual.” Carrillo diz que essa circunstância obriga a se comunicar “de outra forma”. Trata-se de sermos mais expressivos nas mensagens escritas para que o emissor capte bem o conteúdo. Também são organizados eventos na SAP para fazer com que as pessoas se sintam mais próximas. Por exemplo, são realizadas comemorações por ocasião do Natal ou do Halloween, quando todos se fantasiam ou buscam algo para surpreender os colegas. “Outro dia organizaram uma festa surpresa para uma colega norte-americana que ia ter um filho, um chá de bebê”, explica Carrillo. Foi uma reunião virtual, durou menos de uma hora e mais de 50 pessoas participaram. Entre outras coisas, foram organizados jogos digitais. Em um deles os funcionários tinham que adivinhar o preço de alguns produtos infantis ou reconhecer quem era quem através de fotografias que mostravam aos colegas de quando eram pequenos. São alguns exemplos de iniciativas que podem substituir a necessidade de proximidade entre os colegas e que podem ser compatibilizadas com as carregadas agendas de trabalho.
Para que o home office tenha o sucesso desejado é necessário que conviva com as experiências presenciais. Às vezes, a inércia pode nos levar a ficar em casa, mas temos que nos forçar a sair nos fins de semana, ver os amigos e ter certas rotinas de esporte ou de caminhadas diárias. O trabalho é uma parte importante de nossa vida e pode ser gratificante se desfrutarmos das vantagens de trabalhar em casa.
Cinco dicas para neófitos em um novo modelo de home office
• Organizar a agenda, reter o que é importante e dedicar tempo a outras atividades relevantes. Não cair na reunionite virtual, ou seja, chamadas a qualquer momento do dia.
• Definir truques para diferenciar muito bem o modo trabalho do modo vida pessoal quando estivermos em casa.
• Gerar novas interações com os colegas.
• Devemos continuar nos encontrando de maneira virtual.• Ver os amigos, se obrigar a sair de casa nos fins de semana... É preciso criar vida para além da tela do computador ou do telefone celular.
• Tomar consciência e desfrutar das vantagens que o home office oferece: flexibilidade, economia de gastos e de tempo no transporte e maior liberdade para compatibilizar as atividades familiares.
Pilar Jericó é coordenadora do blog Laboratório de felicidade, de EL PAÍS.
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