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Nesta semana, não foi na sexta-feira. Começou logo na terça-feira, com uma operação da Polícia Federal que acordou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), agora um ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo Witzel, se trata de clara perseguição política vinda do chamado gabinete do ódio, coordenado pelos filhos do presidente e núcleo duro do Planalto.
No dia seguinte, 27/5, veio o troco: a mesma PF cumpriu 29 mandados de busca e apreensão como parte do inquérito que investiga a disseminação de “notícias fraudulentas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações” que atinjam o STF, seus ministros e familiares. Entre os alvos, aliados do presidente, como o ex-deputado federal Roberto Jefferson; o empresário Luciano Hang, dono da Havan; e os blogueiros Allan dos Santos e Winston Lima. Horas após a operação ter sido deflagrada, o atual Procurador-Geral da República, Augusto Aras, pediu ao STF a suspensão do inquérito das fake news. E Bolsonaro se manifestou publicamente sobre a operação na quinta-feira, 28/5: "ordens absurdas não se cumprem", disse o presidente.
Para piorar, também na quinta, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Jair, afirmou que será natural se a população recorrer às Forças Armadas caso esteja insatisfeita com o desempenho do Congresso Nacional e do STF. Apesar de dizer que um golpe militar não vem sendo discutido, o filho do presidente citou o golpe de 1964 como exemplo de "clamor popular" por uma intervenção dos militares para dirimir problemas entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. E, no sábado, o pai de Eduardo foi ao Twitter para dizer que “tudo aponta para uma crise", ao listar uma análise do noticiário da imprensa sobre os movimentos do Judiciário e do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre seu governo.
A grande questão da investigação de fake news é que se ficar comprovado o seu uso durante a campanha eleitoral de 2018, o fato poderia levar à cassação da chapa do presidente, sem necessidade de processo de impeachment no Congresso, bastaria uma votação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Bolsonaro sabe disto, daí seu movimento de pressionar ainda mais os seus apoiadores para um cenário de ruptura institucional, que agora é iminente, podendo levar até mesmo a um golpe branco ou explícito. A última pesquisa do Datafoha, divulgada nesta semana, revela que o presidente segue com 30% de suporte, o que lhe garante, no momento, a permanência no cargo. Segue forte, e segue no seu planejamento estratégico. E assim o Brasil vai caminhando em tempos de pandemia... (Luiz Antonio Magalhães em 30/5/20)
Nesta semana, não foi na sexta-feira. Começou logo na terça-feira, com uma operação da Polícia Federal que acordou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), agora um ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo Witzel, se trata de clara perseguição política vinda do chamado gabinete do ódio, coordenado pelos filhos do presidente e núcleo duro do Planalto.
No dia seguinte, 27/5, veio o troco: a mesma PF cumpriu 29 mandados de busca e apreensão como parte do inquérito que investiga a disseminação de “notícias fraudulentas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações” que atinjam o STF, seus ministros e familiares. Entre os alvos, aliados do presidente, como o ex-deputado federal Roberto Jefferson; o empresário Luciano Hang, dono da Havan; e os blogueiros Allan dos Santos e Winston Lima. Horas após a operação ter sido deflagrada, o atual Procurador-Geral da República, Augusto Aras, pediu ao STF a suspensão do inquérito das fake news. E Bolsonaro se manifestou publicamente sobre a operação na quinta-feira, 28/5: "ordens absurdas não se cumprem", disse o presidente.
Para piorar, também na quinta, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Jair, afirmou que será natural se a população recorrer às Forças Armadas caso esteja insatisfeita com o desempenho do Congresso Nacional e do STF. Apesar de dizer que um golpe militar não vem sendo discutido, o filho do presidente citou o golpe de 1964 como exemplo de "clamor popular" por uma intervenção dos militares para dirimir problemas entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. E, no sábado, o pai de Eduardo foi ao Twitter para dizer que “tudo aponta para uma crise", ao listar uma análise do noticiário da imprensa sobre os movimentos do Judiciário e do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre seu governo.
A grande questão da investigação de fake news é que se ficar comprovado o seu uso durante a campanha eleitoral de 2018, o fato poderia levar à cassação da chapa do presidente, sem necessidade de processo de impeachment no Congresso, bastaria uma votação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Bolsonaro sabe disto, daí seu movimento de pressionar ainda mais os seus apoiadores para um cenário de ruptura institucional, que agora é iminente, podendo levar até mesmo a um golpe branco ou explícito. A última pesquisa do Datafoha, divulgada nesta semana, revela que o presidente segue com 30% de suporte, o que lhe garante, no momento, a permanência no cargo. Segue forte, e segue no seu planejamento estratégico. E assim o Brasil vai caminhando em tempos de pandemia... (Luiz Antonio Magalhães em 30/5/20)
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