Abertura da Newsletter da LAM Comunicação. Boa leitura e bom domingo a todos.
Surpresa zero para quem acompanha esta Newsletter: pesquisa do instituto Datafolha realizada nesta semana revelou que o presidente Jair Bolsonaro bateu o seu recorde de aprovação, com 37% de menções positivas. Este percentual garantiria, caso a eleição presidencial fosse hoje, uma reeleição tranquila, talvez já no primeiro turno. E a pesquisa foi realizada em um cenário midiático extremamente negativo para o governo, logo após a divulgação de que o país havia rompido a marca dos 100 mil mortos por Covid-19, fora o tombo no crescimento do PIB, de pouco mais de 11% no último trimestre.
A explicação para esta recuperação retumbante da popularidade do presidente, apontam analistas, se deve ao auxílio emergencial de R$ 600 e a uma suposta mudança de estilo – Bolsonaro teria passado a agir de forma mais comedida, sem excessos verbais em relação aos demais poderes. O primeiro fator sem dúvida é verdadeiro, Bolsonaro rapidamente entendeu a força da ajuda aos mais pobres, e dobrou a agenda liberal de seu ministro da Economia, forçando-o a adotar uma política econômica de caráter keynesiano.
Guedes, por sinal, perdeu na semana que passou mais dois integrantes de sua equipe e há quem duvide que ele termine o ano no cargo. Não faz a menor diferença. Com Guedes ou sem Guedes, o mercado já entendeu que é Bolsonaro quem de fato manda na economia, apesar de seu desprezo pelos temas mais técnicos e complexos. Ele é o chefe e hoje está muito à vontade no cargo, liderando um ministério com cada vez mais militares, gente que fala a sua língua.
Já a segunda explicação para o aumento da popularidade presidencial é apenas um chute, equivocado, por sinal, na visão do autor destas linhas. Assim como o ex-presidente Lula, Bolsonaro comunica muito bem, fala simples e endereça com maestria as mensagens que seus apoiadores querem ouvir. “Será uma marolinha”, disse Lula sobre os efeitos da crise de 2008/09 no Brasil, “é uma gripezinha”, falou Jair sobre a doença que já matou quase 800 mil pessoas no mundo. Nos dois casos, é o que os brasileiros gostam de ouvir, ou talvez seja o que qualquer ser humano prefere ouvir: “não vai chegar em mim, e se chegar, não vai acontecer nada de grave”.
Tudo somado, o fato é que além da inteligência política do presidente, o cenário está a seu favor: a oposição está fragilizada e dividida, não há denúncias de corrupção em seu governo, fora o caso Queiroz, e a economia tende a melhorar nos próximos dois anos. Se nada de excepcional acontecer, Jair Bolsonaro deverá permanecer no Palácio do Planalto até 2026. (por Luiz Antonio Magalhães em 15/8/20)
Surpresa zero para quem acompanha esta Newsletter: pesquisa do instituto Datafolha realizada nesta semana revelou que o presidente Jair Bolsonaro bateu o seu recorde de aprovação, com 37% de menções positivas. Este percentual garantiria, caso a eleição presidencial fosse hoje, uma reeleição tranquila, talvez já no primeiro turno. E a pesquisa foi realizada em um cenário midiático extremamente negativo para o governo, logo após a divulgação de que o país havia rompido a marca dos 100 mil mortos por Covid-19, fora o tombo no crescimento do PIB, de pouco mais de 11% no último trimestre.
A explicação para esta recuperação retumbante da popularidade do presidente, apontam analistas, se deve ao auxílio emergencial de R$ 600 e a uma suposta mudança de estilo – Bolsonaro teria passado a agir de forma mais comedida, sem excessos verbais em relação aos demais poderes. O primeiro fator sem dúvida é verdadeiro, Bolsonaro rapidamente entendeu a força da ajuda aos mais pobres, e dobrou a agenda liberal de seu ministro da Economia, forçando-o a adotar uma política econômica de caráter keynesiano.
Guedes, por sinal, perdeu na semana que passou mais dois integrantes de sua equipe e há quem duvide que ele termine o ano no cargo. Não faz a menor diferença. Com Guedes ou sem Guedes, o mercado já entendeu que é Bolsonaro quem de fato manda na economia, apesar de seu desprezo pelos temas mais técnicos e complexos. Ele é o chefe e hoje está muito à vontade no cargo, liderando um ministério com cada vez mais militares, gente que fala a sua língua.
Já a segunda explicação para o aumento da popularidade presidencial é apenas um chute, equivocado, por sinal, na visão do autor destas linhas. Assim como o ex-presidente Lula, Bolsonaro comunica muito bem, fala simples e endereça com maestria as mensagens que seus apoiadores querem ouvir. “Será uma marolinha”, disse Lula sobre os efeitos da crise de 2008/09 no Brasil, “é uma gripezinha”, falou Jair sobre a doença que já matou quase 800 mil pessoas no mundo. Nos dois casos, é o que os brasileiros gostam de ouvir, ou talvez seja o que qualquer ser humano prefere ouvir: “não vai chegar em mim, e se chegar, não vai acontecer nada de grave”.
Tudo somado, o fato é que além da inteligência política do presidente, o cenário está a seu favor: a oposição está fragilizada e dividida, não há denúncias de corrupção em seu governo, fora o caso Queiroz, e a economia tende a melhorar nos próximos dois anos. Se nada de excepcional acontecer, Jair Bolsonaro deverá permanecer no Palácio do Planalto até 2026. (por Luiz Antonio Magalhães em 15/8/20)
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