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Uma semana sem Entrelinhas e o que vem por aí

Por motivo de força maior – o cumprimento de uma das quatro semanas de férias a que todos os trabalhadores formais ainda têm direito –, este blog não atualizará nos próximos 7 dias. Nesta semana em que o Entrelinhas fica fora do ar, uma nova pesquisa eleitoral deverá agitar o cenário político. O Ibope já está realizando o campo de seu maior levantamento até aqui (os dados estavam programados para serem colhidos entre os dias 21 e 25/7) . Além das eleições presidenciais, o instituto vai pesquisar os cenários em diversos estados, incluindo simulações sobre o pleito para Câmara Federal e Senado. Como a amostra pesquisada deverá ser maior, é provável que os resultados só sejam divulgados mais para o final da semana.

Este blog não consulta videntes, mas conseguiu prever o que aconteceria no último Datafolha. Para a pesquisa Ibope, seguem as previsões: Lula deve cair mais do que nas demais enquetes, porque na pesquisa anterior do Ibope, que foi feita em junho, estava com 48%. Os números deverão mostrar um alinhamento na casa dos 40%, 42%. Alckmin, que tinha 19% no levantamento anterior, deverá aparecer com pelo menos dez pontos a mais, beirando os 30%. E Heloísa Helena deverá ter superado os 10% do Datafolha da semana passada (no Ibope, a senadora teve 6% em junho). Ou seja, deveremos ter Lula e Alckmin estáveis em relação aos números do Datafolha, divulgados na semana passada, mas com curvas opostas em relação aos números do próprio Ibope. Os tucanos poderão até fazer barulho com a "subida" de Alckmin e a "queda" de Lula (em relação ao Ibope de junho, naturalmente), mas as cúpulas das campanhas de Aclkmin e Lula estarão de olho mesmo é no movimento de Heloísa Helena. Se ela superar os 15%, acende o sinal amarelo na campanha tucana, porque neste caso a senadora poderá estar encarnando o "anti-Lula" e, desta maneira, poderia ameaçar com mais seriedade a posição do ex-governador de São Paulo. Se Helena permanecer entre 10% e 15%, o sinal amarelo terá sido acesso na campanha de Lula, pois isto sinaliza a realização de um segundo turno contra Alckmin – o cenário que os petistas a todo custo querem evitar.

Além da pesquisa Ibope, a semana reserva uma decisão importante para as pretensões eleitorais do presidente Lula. Termina dia 28 de julho, sexta-feira, o prazo para que o presidentevete ou sancione o projeto de Lei que regulamenta a profissão de jornalista, apresentado pelo deputado Pastor Amarildo a pedido da Fenaj (Federação Nacional de Jornalismo). Se Lula vetar o monstrengo corporativista (e inconstitucional) elaborado pelos ilustres colegas da Fenaj, não terá feito mais do que a obrigação, de tão ruim que é o projeto. Ganhará alguns aplausos esparsos na mídia, mas nada que mude as suas chances reeleitorais em outubro. Se o presidente sancionar a porcaria proposta pela Fenaj, porém, o quadro se altera. Toda a classe patronal da mídia já se manifestou, alguns com mais contundência, outros menos, contra o projeto aprovado no Congresso. Várias entidades da sociedade civil, incluindo a ABI, já se manifestaram e pediram o veto do monstrengo. A rigor, apenas a Fenaj e alguns sindicatos estaduais apóiam o projeto de Amarildo. Se Lula sancionar a estrovenga, portanto, vai todo mundo, com o perdão da má expressão, cair de pau no presidente. Um novo desgaste na imprensa neste momento é tudo que Lula não precisa. Este blog aposta que Lula vetará, na íntegra, o Projeto da Fenaj.

Dia 31, o Entrelinhas está de volta. Até lá...

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