Cotas
É um absurdo o tratamento dado hoje pela Folha à discussão sobre os projetos que instituem a Lei de Cotas e o Estatuto da Igualdade Racial.
1 - A Folha publicou, na quinta-feira passada, a íntegra do manifesto ‘Todos têm direitos iguais na República’, contrário aos dois projetos de lei. Ontem, foi divulgado o ‘Manifesto em favor da Lei de Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial’, também assinado por intelectuais e artistas.
Por que não foi publicada a íntegra do novo manifesto? E o pluralismo? Não foi garantido o mesmo tratamento para as duas posições.
2 - O infográfico publicado na página C4 que ilustra o texto ‘Intelectuais fazem manifesto pró-cotas’ é um equívoco, porque destaca os signatários (celebridades) e não os principais trechos dos manifestos (conteúdo, idéias, argumentos).
3 - Não há na página um resumo da Lei de Cotas e do Estatuto. Como o leitor pode entender a discussão e se posicionar?
4 - O assunto merecia uma chamada na Primeira Página, embora não com o enfoque equivocado da reportagem publicada em ‘Cotidiano’.
Conclusão: o leitor da Folha está mal informado sobre um assunto difícil, que divide a sociedade e que deverá ser definido em breve no Congresso.
O mínimo que o jornal pode fazer agora é publicar a íntegra do novo manifesto para que seus leitores possam se informar e tomar posição.
O ombudsman da Folha de S. Paulo, Marcelo Beraba, destacou, em sua "Crítica Interna" de terça-feira, a parcialidade do jornal na edição de matérias sobre os manifestos de defensores e críticos da Lei das Cotas. Pelo que se pode entender do comentário do Ombudsman, reproduzido abaixo, a Folha está mais simpática aos intelectuais que assinaram o manifesto contra as cotas.
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