Pular para o conteúdo principal

Carta Capital destaca coronelismo eletrônico

Do Observatório da Imprensa:
Coronelismo eletrônico na capa de Carta Capital

Por Luiz Antonio Magalhães em 8/7/2006

A revista Carta Capital dedicou a capa da edição deste final de semana (número 401, com data de 12 de julho) para um assunto que "virou moda" no último mês: o coronelismo eletrônico. As denúncias sobre parlamentares proprietários de emissoras de rádio e televisão e sobre a presença de alguns deles na comissão da Câmara que tem a atribuição de analisar as concessões e renovações das outorgas foram feitas a partir de estudos publicados neste Observatório da Imprensa e também de uma representação do Projor, entidade mantenedora do OI, ao Ministério Público Federal no ano passado. Essas denúncias foram recuperadas em junho pelos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo e agora chegaram à capa de Carta Capital.

A revista corretamente cita a representação feita pelo Projor e o estudo do professor Venício Lima publicado no OI. Também apresenta um bom material sobre o assunto, embora sem grandes novidades. Na verdade, o material de Carta Capital consolida o que outros veículos já haviam publicado, adicionando o capítulo da decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de adotar o padrão japonês para a TV Digital, que era o pleito da esmagadora maioria das empresas de televisão presentes no mercado brasileiro e acabou sendo atendido pelo presidente.
O que talvez mais chame atenção no material de Carta Capital sobre o coronelismo eletrônico é o tom da reportagem, bastante crítico ao governo Lula. A revista já foi acusada diversas vezes de ser "chapa branca" ou "lulista" e o tom da matéria está em completo desacordo com tal definição.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe