Vale a pena ler o comentário do sempre lúcido mestre Alberto Dines para o programa de rádio do Observatório da Imprensa: "Enquanto os estudiosos examinam com atenção o relatório sobre o Estado de Mídia dilvugado na semana passada, a nossa mídia continua oferecendo um espetáculo lamentável, lamentável e perverso. A Veja do último fim de semana acusa o governo de estar preparando um dossiê sobre os gastos da presidência da República no período 1998 a 2001, isto é, no fim do segundo mandato de FHC. Este dossiê, segundo o semanário, visa a intimidar a oposição na CPI dos Cartões Corporativos. Ora, se a revista acusa o governo de estar preparando uma chantagem, por que razão publicou dados sigilosos e aparentemente falsos, conforme declarou a ministra Dilma Rousseff? Na corrida sensacionalista, inverteram-se os papéis: ao divulgar os dados, Veja inocenta automaticamente o governo e converte-se, ela própria, em agente e beneficiária da chantagem." Não é mesmo preciso dizer mais nada...
A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue
Olhe, Magalhães, sou estrangeiro, jornalista de negõcios e tradutor, e não me meto muito na política partidária aqui no Brasil. Razão: Eu simplesmente não consigo entendé-la. Você entende? Alguem entende? Parece um circo romano, com leões fantasiado de cristão e vice versa. Sangue, sangue, sangue, barulho, emoções exaltadas, vírgenes desmaiando. Resultado prático: nenhum.
ResponderExcluirMas me deu uma boa gargalhada ler hoje que um senador qualquer tinha descrito a Veja como "uma revista responsável."
Eu, hein? Não é.
Tem órganos com um viés mais conservador aqui que tem pelo menos um certo minimo compromisso com os fatos. Veja escancaradamente não tem. Desinforma. Eu não leio, e eu não dou a mínima importância ao que ela tem a dizer.
Por isso, acho que o senhor fez bem limitar seu comentário sobre o assunto. A vida é muito curta, e já complicada o suficiente sem acreditar em fantasmas. Eu leio tudo da imprensa brasileira, desde o Vermelho até o Valor (e DCI, é claro). Eu quero ter uma perspectiva razoavelmente completa sobre a opinião pública nesse pais. Tem alguns brasileiros que ainda acreditam em discos voadores e psicografia -- é o direito deles, claro -- assim como tem leitores que acreditam na credibilidade de Veja. Mas não são tantos que vale a pena quer saber o que eles pensem enquanto assuntos práticos.