Vale a pena ler o comentário do sempre lúcido mestre Alberto Dines para o programa de rádio do Observatório da Imprensa: "Enquanto os estudiosos examinam com atenção o relatório sobre o Estado de Mídia dilvugado na semana passada, a nossa mídia continua oferecendo um espetáculo lamentável, lamentável e perverso. A Veja do último fim de semana acusa o governo de estar preparando um dossiê sobre os gastos da presidência da República no período 1998 a 2001, isto é, no fim do segundo mandato de FHC. Este dossiê, segundo o semanário, visa a intimidar a oposição na CPI dos Cartões Corporativos. Ora, se a revista acusa o governo de estar preparando uma chantagem, por que razão publicou dados sigilosos e aparentemente falsos, conforme declarou a ministra Dilma Rousseff? Na corrida sensacionalista, inverteram-se os papéis: ao divulgar os dados, Veja inocenta automaticamente o governo e converte-se, ela própria, em agente e beneficiária da chantagem." Não é mesmo preciso dizer mais nada...
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
Olhe, Magalhães, sou estrangeiro, jornalista de negõcios e tradutor, e não me meto muito na política partidária aqui no Brasil. Razão: Eu simplesmente não consigo entendé-la. Você entende? Alguem entende? Parece um circo romano, com leões fantasiado de cristão e vice versa. Sangue, sangue, sangue, barulho, emoções exaltadas, vírgenes desmaiando. Resultado prático: nenhum.
ResponderExcluirMas me deu uma boa gargalhada ler hoje que um senador qualquer tinha descrito a Veja como "uma revista responsável."
Eu, hein? Não é.
Tem órganos com um viés mais conservador aqui que tem pelo menos um certo minimo compromisso com os fatos. Veja escancaradamente não tem. Desinforma. Eu não leio, e eu não dou a mínima importância ao que ela tem a dizer.
Por isso, acho que o senhor fez bem limitar seu comentário sobre o assunto. A vida é muito curta, e já complicada o suficiente sem acreditar em fantasmas. Eu leio tudo da imprensa brasileira, desde o Vermelho até o Valor (e DCI, é claro). Eu quero ter uma perspectiva razoavelmente completa sobre a opinião pública nesse pais. Tem alguns brasileiros que ainda acreditam em discos voadores e psicografia -- é o direito deles, claro -- assim como tem leitores que acreditam na credibilidade de Veja. Mas não são tantos que vale a pena quer saber o que eles pensem enquanto assuntos práticos.