É bom ninguém se entusiasmar muito com a alta das bolsas de valores, aqui e lá fora, nesta terça-feira. É claro que o corte na taxa de juros básica dos Estados Unidos, de 0,75 ponto percentual, ajuda a animar o mercado e minimizar os riscos de uma catástrofe econômica no coração do império, mas a verdade é que ninguém sabe ainda o tamanho da encrenca e embora não seja o cenário mais provável, é perfeitamente possível que a crise de fato tenha proporções muito maiores do que é possível visualizar neste momento. No fundo, só é possível saber a dimensão de uma crise quando ela acaba. Qualquer palpite neste momento é mero chute.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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