Vale a pena ler o comentário do sempre lúcido mestre Alberto Dines para o programa de rádio do Observatório da Imprensa: "Enquanto os estudiosos examinam com atenção o relatório sobre o Estado de Mídia dilvugado na semana passada, a nossa mídia continua oferecendo um espetáculo lamentável, lamentável e perverso. A Veja do último fim de semana acusa o governo de estar preparando um dossiê sobre os gastos da presidência da República no período 1998 a 2001, isto é, no fim do segundo mandato de FHC. Este dossiê, segundo o semanário, visa a intimidar a oposição na CPI dos Cartões Corporativos. Ora, se a revista acusa o governo de estar preparando uma chantagem, por que razão publicou dados sigilosos e aparentemente falsos, conforme declarou a ministra Dilma Rousseff? Na corrida sensacionalista, inverteram-se os papéis: ao divulgar os dados, Veja inocenta automaticamente o governo e converte-se, ela própria, em agente e beneficiária da chantagem." Não é mesmo preciso dizer mais nada...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
Olhe, Magalhães, sou estrangeiro, jornalista de negõcios e tradutor, e não me meto muito na política partidária aqui no Brasil. Razão: Eu simplesmente não consigo entendé-la. Você entende? Alguem entende? Parece um circo romano, com leões fantasiado de cristão e vice versa. Sangue, sangue, sangue, barulho, emoções exaltadas, vírgenes desmaiando. Resultado prático: nenhum.
ResponderExcluirMas me deu uma boa gargalhada ler hoje que um senador qualquer tinha descrito a Veja como "uma revista responsável."
Eu, hein? Não é.
Tem órganos com um viés mais conservador aqui que tem pelo menos um certo minimo compromisso com os fatos. Veja escancaradamente não tem. Desinforma. Eu não leio, e eu não dou a mínima importância ao que ela tem a dizer.
Por isso, acho que o senhor fez bem limitar seu comentário sobre o assunto. A vida é muito curta, e já complicada o suficiente sem acreditar em fantasmas. Eu leio tudo da imprensa brasileira, desde o Vermelho até o Valor (e DCI, é claro). Eu quero ter uma perspectiva razoavelmente completa sobre a opinião pública nesse pais. Tem alguns brasileiros que ainda acreditam em discos voadores e psicografia -- é o direito deles, claro -- assim como tem leitores que acreditam na credibilidade de Veja. Mas não são tantos que vale a pena quer saber o que eles pensem enquanto assuntos práticos.