A candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) deve ganhar fôlego com a subida do candidato em duas pesquisas que serão divulgadas nesta sexta-feira, realizadas pelos institutos Vox Populi e Datafolha. Os números ainda não são oficiais, mas já circulam nas redações. A pesquisa Vox Populi é mais favorável ao tucano, pois mostra uma melhora na popularidade do ex-governador e, ao mesmo tempo, queda nas intenções de voto em Lula. Alckmin teria hoje 32% ante 23% do levantamento anterior. Lula teria caído de 49% para 45%. No Datafolha, Lula subiu de 45% para 46% e Alckmin, de 23% para 29%.
Somando as duas pesquisas e fazendo uma média, o resultado é praticamente o mesmo: Lula hoje teria cerca de 45% dos votos, o suficiente para garantir a vitória no primeiro turno, porque na conta de votos válidos (excluindo brancos e nulos), ele beira os 60%. E Alckmin está na faixa dos 30%.
É evidente que a melhora nas pesquisas vem em excelente momento para Geraldo Alckmin. Sua candidatura estava carente de boas notícias e a todo momento o candidato tinha que responder por que motivo seu desempenho continuava pífio nas enquetes. Mais ainda: Alckmin está hoje melhor posicionado do que José Serra estava em julho de 2002, quando patinava pouco acima dos 20%.
Um serrista atento vai lembrar que são situações distintas, porque Alckmin não tem em seus calcanhares nenhum Anthony Garotinho ou Ciro Gomes. De fato, esta preocupação – ficar de olho nos oponentes que estão trás –, Alckmin dificilmente terá, já que nem Heloísa Helena (PSOL) tampouco Cristóvam Buarque (PDT) conseguirão ameaçar o tucano, até pelo tempo escasso que os tois terão na propaganda de rádio e televisão. Desta forma, o ex-governador poderá focar a campanha no embate com Lula e o PT. Paradoxalmente, no entanto, Alckmin terá que torcer para que Helena e Buarque, mais os quatro nanicos que entraram na disputa, consigam amealhar o maior número possível de votos. É que se os pequenos fracassarem totalmente, as chances de ocorrer um segundo turno diminuem e isto é tudo que Alckmin não deseja, pois avalia que sua grande chance está em um enfrentamento com Lula no segundo turno, com a criação de uma grande frente anti-petista.
A eleição deste ano, portanto, é bem diferente da de 2002, quando o segundo turno era uma realidade muito mais presente e Serra, Ciro e Garotinho disputavam a vaga para concorrer com Lula. Agora, só há um para concorrer com Lula e é natural que Alckmin encarne o anti-Lula, especialmente porque não há no campo conservador mais ninguém concorrendo. Heloísa e Buarque estão à esquerda de Alckmin e os nanicos no fundo não representam outra coisa senão uma egotrip política sem maiores consequências.
Assim, tudo caminha para que a eleição se transforme em um plebiscito sobre o governo Lula, como aliás devem ser as eleições de candidatos à reeleição. O presidente ainda está confortável em seus 45% e joga suas fichas na economia: concedeu aumentos para o funcionalismo público, ampliou o bolsa família, alocou R$ 10 bilhões para a agricultura familiar e conta ainda com mais uma redução de juros para gerar mais crescimento econômico. Vai forçar a comparação com o mandato de Fernando Henrique e tentará colar a figura de Alckmin ao ex-presidente. Ninguém ganha eleição de véspera e até aqui estava tudo bom demais para Lula. E, afinal, a campanha de verdade só começa quando terminar o último jogo do Brasil na Copa. Até lá, todo mundo vota no Kaká, Ronaldo e Ronaldinho...
Somando as duas pesquisas e fazendo uma média, o resultado é praticamente o mesmo: Lula hoje teria cerca de 45% dos votos, o suficiente para garantir a vitória no primeiro turno, porque na conta de votos válidos (excluindo brancos e nulos), ele beira os 60%. E Alckmin está na faixa dos 30%.
É evidente que a melhora nas pesquisas vem em excelente momento para Geraldo Alckmin. Sua candidatura estava carente de boas notícias e a todo momento o candidato tinha que responder por que motivo seu desempenho continuava pífio nas enquetes. Mais ainda: Alckmin está hoje melhor posicionado do que José Serra estava em julho de 2002, quando patinava pouco acima dos 20%.
Um serrista atento vai lembrar que são situações distintas, porque Alckmin não tem em seus calcanhares nenhum Anthony Garotinho ou Ciro Gomes. De fato, esta preocupação – ficar de olho nos oponentes que estão trás –, Alckmin dificilmente terá, já que nem Heloísa Helena (PSOL) tampouco Cristóvam Buarque (PDT) conseguirão ameaçar o tucano, até pelo tempo escasso que os tois terão na propaganda de rádio e televisão. Desta forma, o ex-governador poderá focar a campanha no embate com Lula e o PT. Paradoxalmente, no entanto, Alckmin terá que torcer para que Helena e Buarque, mais os quatro nanicos que entraram na disputa, consigam amealhar o maior número possível de votos. É que se os pequenos fracassarem totalmente, as chances de ocorrer um segundo turno diminuem e isto é tudo que Alckmin não deseja, pois avalia que sua grande chance está em um enfrentamento com Lula no segundo turno, com a criação de uma grande frente anti-petista.
A eleição deste ano, portanto, é bem diferente da de 2002, quando o segundo turno era uma realidade muito mais presente e Serra, Ciro e Garotinho disputavam a vaga para concorrer com Lula. Agora, só há um para concorrer com Lula e é natural que Alckmin encarne o anti-Lula, especialmente porque não há no campo conservador mais ninguém concorrendo. Heloísa e Buarque estão à esquerda de Alckmin e os nanicos no fundo não representam outra coisa senão uma egotrip política sem maiores consequências.
Assim, tudo caminha para que a eleição se transforme em um plebiscito sobre o governo Lula, como aliás devem ser as eleições de candidatos à reeleição. O presidente ainda está confortável em seus 45% e joga suas fichas na economia: concedeu aumentos para o funcionalismo público, ampliou o bolsa família, alocou R$ 10 bilhões para a agricultura familiar e conta ainda com mais uma redução de juros para gerar mais crescimento econômico. Vai forçar a comparação com o mandato de Fernando Henrique e tentará colar a figura de Alckmin ao ex-presidente. Ninguém ganha eleição de véspera e até aqui estava tudo bom demais para Lula. E, afinal, a campanha de verdade só começa quando terminar o último jogo do Brasil na Copa. Até lá, todo mundo vota no Kaká, Ronaldo e Ronaldinho...
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