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Tucanos comemoram invasão da Câmara

Em baixa nas pesquisas de intenção de voto e com remotas chances de recuperação a curto prazo, em função da Copa do Mundo, que vai dominar o noticiário deste mês, os tucanos viram no quebra-quebra promovido na Câmara Federal por militantes de uma organização de trabalhadores sem-terra a grande chance de reversão do quadro complicado para o candidato do partido à presidência, Geraldo Alckmin. Nos próximos dias, vão tentar amplificar ao máximo a repercussão do episódio, especialmente pela presença do líder do movimento, Bruno Maranhão, durante a barbaridade cometida no Congresso.

Maranhão é membro da Executiva Nacional do PT, mas pouca gente sabe que ele só ganhou o cargo porque o grupo do ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, hoje candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, decidiu, logo após a eleição interna do PT no ano passado, abandonar a canoa petista. Plínio foi candidato à presidência do PT e Maranhão fazia parte da chapa. Se não tivesse migrado para o PSOL, teria assento na Executiva e Maranhão ficaria de fora.

Mas o que aconteceu no Congresso nesta terça-feira deve, sim, ter consequências para a candidatura do presidente Lula, especialmente se o PT não agir rápido e deixar de punir Bruno Maranhão. É preciso levar em conta, entretanto, que o desastrado protesto na Câmara tem um alcance limitado para a população em geral, ao contrário, por exemplo, da crise da segurança pública paulista, que teve imediato reflexo na vida das pessoas e, está sim, está tirando a confiança e os votos que os paulistas tinham no ex-governador Geraldo Alckmin, conforme atestam as pesquisas publicadas nos últimos dias.

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