Não foi tranquila a indicação do editor César Benjamin para a vaga de vice-presidente na chapa de Heloísa Helena (PSOL-AL). A senadora nega, mas a indicação gerou um enorme desconforto em alguns setores do partido. Cesinha, como é conhecido, foi expulso da Consulta Popular, movimento que ajudou a fundar e tem suporte do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Entre os descontentes com o vice de Helena estão desde fundadores do PSOL, como os deputados federais Babá e Luciana Genro, intelectuais do porte de Plínio de Arruda Sampaio Jr., filho do candidato do partido ao governo paulista, e a militância sem-terra mais radicalizada, que descarta o voto no presidente Lula. Nos bastidores do partido, circula uma gravação de entrevista de Benjamin em que ele declarava, antes de ser indicado para vice da pré-candidata, evidentemente, que a melhor opção para o Brasil seria a eleição de Anthony Garotinho (PMDB). A aproximação de César com o ex-governador do Rio de Janeiro se deu por intermédio do ex-presidente do BNDES Carlos Lessa. Também causou insatisfação no PSOL a exigência de Benjamin, para aceitar o fardo de ser vice de Helena, de um salário mensal de R$ 6.000. Deve ser o primeiro candidato a vice da história do país com carteira assinada...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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