O site tucano e-agora já foi um interessante fórum de debate de uma parcela importante do tucanato. Comandado pelo cientista político Eduardo Graeff, secretário Geral da Presidência da República no governo Fernando Henrique Cardoso, o site, que tinha a intenção inicial de discutir políticas públicas, foi se tornando, no formato de um blog coletivo, com participação de cabeças coroadas do PSDB. Do final do ano passado até março, virou um palco de debates sobre as candidaturas tucanas à presidência. Após a vitória de Alckmin, Graeff tomou as rédeas do site e iniciou uma verdadeira campanha para animar a militância, alternando artigos duros contra Lula e o PT com notas que funcionavam como "injeção de ânimo" para os serristas e tucanos descrentes na candidatura Alckmin. Nos últimos dias, porém, o site foi praticamente abandonado e quem lê os comentários dos leitores fica com a impressão de que o último a sair se esqueceu de apagar a luz. Impressiona não apenas o derrotismo em relação à candidatura de Alckmin, mas também o baixo nível do debate dos leitores e o caráter ultra-direitista da maioria deles, cujas considerações são carregadas de preconceito racial e/ou de classe. Para um site que se apresentava como social-democrata, não deixa de ser um triste fim.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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