Pular para o conteúdo principal

Feriado de muita negociação em São Paulo

Apesar do favoritismo do ex-prefeito José Serra (PSDB) na eleição para o governo do Estado, apontado por todas as pesquisas eleitorais recentes, os tucanos não estão querendo dar sopa para o azar e querem porque querem tirar o PMDB do jogo para facilitar uma vitória já no primeiro turno. Nos últimos dias, o presidente do Diretório paulista do PMDB, ex-governador Orestes Quércia, conversou com Aloysio Nunes Ferreira, emissário de Serra para a negociação de uma aliança entre as duas agremiações. O próprio Serra também procurou ampliar o espaço para as conversas ao dizer que não trabalha apenas com a hipótese de uma chapa pura, com vaga de vice para um tucano. O problema todo é que ainda existe muito tucano resistente à aproximação com o PMDB e de olho nas vagas de vice e senador. No PMDB, o clima é de expectativa. A militância aguarda a decisão de Quércia e, no momento, a tendência é de que o partido lance candidato a governador. O nome mais cotado para a disputa é naturalmente o do ex-governador, que aparece bem colocado nas pesquisas. Marcelo Barbieri e Alda Marcantônio também estão no páreo, caso Quércia decida se lançar ao Senado - hipótese pouco provável - ou concorrer a uma vaga na Câmara Federal.

Tudo somado, o fim de semana prolongado que começa com o feriado desta quinta-feira deve ser dos mais agitados nos meios políticos. O tempo para as alianças se acelerou e cada partido precisa fechar os acordos a tempo das convenções partidárias. A Convenção do PMDB de São Paulo, por exemplo, já está marcada para dia 24 de junho, mas é possível que a decisão do partido seja anunciada antes, na terça ou quarta-feira da próxima semana.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue...

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...