Em mais um comentário para o Entrelinhas, Jorge Rodini, diretor do instituto Engrácia Garcia, comenta a pesquisa CNI/Ibope, divulgada quinta-feira, sobre a popularidade do presidente Lula e seu governo. Para Rodini, a pesquisa tem alguns sinais preocupantes para Lula, embora o patamar de aprovação seja ainda muito alto. A seguir, a íntegra do comentário:
A pesquisa CNI/IBOPE revela que a insatisfação com Lula começa a ser manifestada em alguns segmentos da sociedade brasileira.
O saldo da avaliação do governo teve uma queda, dentro da margem de erro, de 4 pontos percentuais. Porém, houve uma piora acentuada, em relação a junho deste ano, junto aos homens, na Região Sudeste, na faixa de 40 a 49 anos, na faixa de renda de até 1 SM e nos pequenos municípios do Interior.
Quando consultados sobre a aprovação à maneira de Lula governar, os eleitores responderam com saldo de aceitação de 30 pontos percentuais, 6 pontos a menos que em junho. Mesmo em patamar elevado, representa o menor saldo de aprovação medido neste ano
.
A queda na aprovação de Lula foi mais acentuada entre os homens, entre os jovens, na região Sudeste, nas pequenas cidades (até 20 mil eleitores), na periferia e Interior e nos extremos das faixas de renda (até um SM e mais de 10 SM).
A pesquisa revela um comportamento mais crítico dos brasileiros em relação a Saúde e Educação e o combate à fome e à pobreza. Em setembro, 46% dos entrevistados desaprovaram as ações de saúde e educação contra 41% em junho. Na região Nordeste, a aprovação à atuação do governos nestas área era de 70%, agora é 55%, o que comprova que as greves de médico e paralisações nos hospitais nesta região tiveram um impacto muito negativo. No combate à pobreza e à fome, aprovação recuou de 58% para 54%.
Em relação às questões econômicas, a atuação no combate à inflação, o desemprego, a política de juros e impostos são desaprovados pela população. Com a percepção do aumento do desemprego, o desencanto é maior entre os homens num primeiro instante: é bom termos em mente que os eleitores do sexo masculino sempres apoiaram o Presidente em maior escala que as mulheres.
O episódio Renan é lembrado, de modo espontâneo, por 34% dos brasileiros, quando inquiridos sobre as notícias mais lembradas sobre o governo do Presidente Lula. 51% dos eleitores com nível superior citaram o caso do Presidente do Senado como mais relevante. A crise nos aeroportos foi mencionada por 9% dos eleitores, as viagens de Lula por 6% e a discussão da CPMF por 4%.
Esta oscilação negativa das avaliações é, em boa parte, causada pelos itens da cesta econômica. Aumenta a preocupação dos brasileiros com a elevação da inflação e do desemprego, o que avaliação do governo nessas áreas caia. A expectiva de aumento de preços é, hoje, o calcanhar de Aquiles do Governo.
Como já disse em artigo anterior, "demanda atendida, nova demanda". Não adianta chorar sobre a Bolsa Família distribuída. Esta pesquisa escancara para quem quer enxergar:a população passa a exigir melhorias na Saúde, na Educação e na implementação de soluções duradouras no combate à fome e à pobreza.
O governo Lula já está sendo reprovado por quem ganha mais de 10 SM e quem tem nível superior. É muito pouco para Lula se preocupar. É?
A pesquisa CNI/IBOPE revela que a insatisfação com Lula começa a ser manifestada em alguns segmentos da sociedade brasileira.
O saldo da avaliação do governo teve uma queda, dentro da margem de erro, de 4 pontos percentuais. Porém, houve uma piora acentuada, em relação a junho deste ano, junto aos homens, na Região Sudeste, na faixa de 40 a 49 anos, na faixa de renda de até 1 SM e nos pequenos municípios do Interior.
Quando consultados sobre a aprovação à maneira de Lula governar, os eleitores responderam com saldo de aceitação de 30 pontos percentuais, 6 pontos a menos que em junho. Mesmo em patamar elevado, representa o menor saldo de aprovação medido neste ano
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A queda na aprovação de Lula foi mais acentuada entre os homens, entre os jovens, na região Sudeste, nas pequenas cidades (até 20 mil eleitores), na periferia e Interior e nos extremos das faixas de renda (até um SM e mais de 10 SM).
A pesquisa revela um comportamento mais crítico dos brasileiros em relação a Saúde e Educação e o combate à fome e à pobreza. Em setembro, 46% dos entrevistados desaprovaram as ações de saúde e educação contra 41% em junho. Na região Nordeste, a aprovação à atuação do governos nestas área era de 70%, agora é 55%, o que comprova que as greves de médico e paralisações nos hospitais nesta região tiveram um impacto muito negativo. No combate à pobreza e à fome, aprovação recuou de 58% para 54%.
Em relação às questões econômicas, a atuação no combate à inflação, o desemprego, a política de juros e impostos são desaprovados pela população. Com a percepção do aumento do desemprego, o desencanto é maior entre os homens num primeiro instante: é bom termos em mente que os eleitores do sexo masculino sempres apoiaram o Presidente em maior escala que as mulheres.
O episódio Renan é lembrado, de modo espontâneo, por 34% dos brasileiros, quando inquiridos sobre as notícias mais lembradas sobre o governo do Presidente Lula. 51% dos eleitores com nível superior citaram o caso do Presidente do Senado como mais relevante. A crise nos aeroportos foi mencionada por 9% dos eleitores, as viagens de Lula por 6% e a discussão da CPMF por 4%.
Esta oscilação negativa das avaliações é, em boa parte, causada pelos itens da cesta econômica. Aumenta a preocupação dos brasileiros com a elevação da inflação e do desemprego, o que avaliação do governo nessas áreas caia. A expectiva de aumento de preços é, hoje, o calcanhar de Aquiles do Governo.
Como já disse em artigo anterior, "demanda atendida, nova demanda". Não adianta chorar sobre a Bolsa Família distribuída. Esta pesquisa escancara para quem quer enxergar:a população passa a exigir melhorias na Saúde, na Educação e na implementação de soluções duradouras no combate à fome e à pobreza.
O governo Lula já está sendo reprovado por quem ganha mais de 10 SM e quem tem nível superior. É muito pouco para Lula se preocupar. É?
Tenho cá com os meus botões que a única importância dessa pesquisa Ibope neste momento está na enquete sobre a CPMF. Reforça a tese de que a "opinião pública" é contra a prorrogação da CPMF, decerto porque o governo não faz contra-propaganda, mostrando que o imposto é a base dos programas sociais. Gostei, aliás, do final do discurso do Ciro Gomes na noite em que foi aprovado o texto básico do relator da emenda da CPMF. Mas não saiu em jornal nenhum!
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