Está fazendo água a teoria de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), renunciaria depois da absolvição. Não vai renunciar. Segundo seus assessores, Renan não sai da cadeira nem amarrado e não houve acordo algum com o governo. No final da história, Renan teve, na prática, 46 votos a seu favor (os 40 pela absolvição mais as 6 abstenções). É um apoio considerável, ainda mais lembrando que ele foi eleito por 51 senadores. Com toda crise, Renan perdeu apenas 5 votos, que é a diferença dos 51 da eleição e os 46 de hoje.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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