Pular para o conteúdo principal

Ciro é, sim, competitivo

O ex-ministro Ciro Gomes teve ontem, em São Paulo, a sua candidatura à presidência lançada pelo chamado Bloco de Esquerda, composto por PCdoB, PSB, PDT, PRB (do vice-presidente José Alencar) e outras siglas de menor importância. Ainda não é oficial, óbvio, pois falta muito tempo para a eleição e o cenário ainda deve mudar bastante até 2010. Com todas as ressalvas possíveis, o que se pode dizer desde já é que a candidatura de Ciro é competitiva, mesmo que o PT apresente candidato e descartada a hipótese de terceiro mandato para Lula – neste caso Ciro não concorreria.

O que conta a favor de Ciro é o seu carisma. Muitos cientistas políticos não entendem que salvo raríssimas exceções (Fernando Henrique Cardoso, Eurico Gaspar Dutra), é preciso ser carismático para vencer uma eleição direta para a Presidência da República. Basta olhar para trás: Lula, Collor, Jânio Quadros, Juscelino, Getúlio... Ciro Gomes sabe se comunicar com o povão e pode surpreender, pois conta com a simpatia do presidente Lula.

Comentários

  1. As eleicoes de 2010 sera igual a de 1989. Cadidatos para todos os gostos. Tera diversos candidatos competivos.

    ResponderExcluir
  2. Paz e bem!

    Tenho a impressão de que Ciro Gomes poderá aglutinar forças similares às que se aglutinaram em favor da eleição e re-leição de Lula.

    Um ponto chave para a candidatura do Ciro é que ano que vem o Bloco de Esquerda eleja prefietos em importantes cidades. Aqui em Porto Alegre um nome muito forte é o da deputada Manuela d'Ávila do PCdoB.

    ResponderExcluir
  3. Ciro é competitivo sim, mas se não tiver o apoio de Lula, acredito que nem pro segundo turno irá.

    ResponderExcluir
  4. O Ciro com apoio do Lula é imbatível. E, ao contrário de outros pré-candidatos (um certo ministro me vem à lembrança), é confiável. Só lamento que ele possa estar sendo frito pelo lançamento antecipado.

    ResponderExcluir
  5. Concordo com a opinião do Thomaz. Voto no Rio de Janeiro e aqui a coisa está mais embolada, com o César Maia tentando ciscar na seara do Garotinho para fulminar com uma possível e "teórica" do PT-Rio. Não sou paulista mas acabei de ouvir e ver pela TV Senado, a atitude desleal (para ser elegante neste post) do Suplicy que depois de muitos meandros votou a favor do relatório da oposição de cassação do Renan(que conta ainda com outro ser de duas caras, o Renato Casagrande) e no finzinho, joga para o plenário a decisão, quando disse que espera que o Renan apresente mais explicações às "dúvidas" que ele (Suplicy) tem. Não sou alagoana, não ponho a mão no fogo pelo Renan, mas no caso em pauta ninguém provou que o tal lobista (figura de mercado perfeitamente legítima nos EUA) ou a empreiteira pagaram as dívidas do Renan. Dizem que falta de decoro não precisa de provas, porque é um julgamento político. Ora, se for assim, basta criar um caso, publicar numa revista que se venda para isso (e parece haver muitas necessitadas de grana), contar com o apoio da mídia, e cassar o mandato de qualquer um. Se fosse eleitora do Renan, me sentiria indignada (por esse processo; outros não sei). Agora o tal Suplicy já nem é mais um "em cima do muro", é um trânsfuga, devia estar no PSDB há muito tempo, ou no ex-PFL. Não sei como os paulistas chegados à esquerda ainda votam nesse mau caráter.

    ResponderExcluir
  6. Os tempos estão mudados! Ouvir da Vera que o Renan é melhor que o Suplicy, hehehe....

    ResponderExcluir
  7. Allan Ravagnani, da mesma maneira que o Geraldo foi fraco no NE, o Ciro é fraquíssimo no Sul.

    Essa estória de que o Lula será um bom cabo eleitoral é lenda. O presidente é forte hoje porque a turma do bolsa-esmola não quer perder seu quinhão. Bastou ver que após 2010 o "senhor" será outro, a turma "família" seguirá aquele que melhor apresentar as garantias da sequência dos benefícios eternos e eleitoreiros.

    E o Ciro não terá nem os votos petistas...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe