Já há vários analistas afirmando categoricamente que o presidente Lula teria perdido as eleições se a crise aérea tivesse ocorrido em outubro. Pode até ser, mas basta pensar um pouco para perceber o exagero de tal hipótese. Em primeiro lugar, porque a grande maioria dos brasileiros diretamente afetados pela crise provavelmente já votaria mesmo em Geraldo Alckmin. O resultado, desta forma, seria pouco alterado. E em segundo lugar, é preciso levar em consideração o caráter efêmero da crise. Tão logo ela seja debelada – e isto é questão de negociação, uma vez que o que está a se passar é decididamente uma greve branca dos controladores de vôo –, a verdadeira histeria que se vê hoje na imprensa vai sumir em questão de dias. E na próxima eleição, em 2008, é provável que ninguém mais se lembre do tal "apagão aéreo", salvo o pessoal que foi diretamente afetado pelos transtornos decorrentes dos atrasos e cancelamentos dos vôos. Lula sabe de tudo isto e, com sua experiência de líder sindical, parece estar esticando a corda para conseguir um acordo com os controladores que não seja tão desfavorável ao governo. Afinal, de greve – branca, marrom, colorida – o presidente entende bastante, certamente mais do que os críticos da "crise aérea".
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
Magalhães, o ocorrido seria tão passível de esquecimento se tivesse palco em 2001?
ResponderExcluirCarlos,
ResponderExcluirSe tivesse sido em 2001, o contexto seria outro - o dos ataques de 11 de setembro, naturalmente. Como não foi em 2001... é muito diferente. Aliás, a mídia está forçando a barra ao usar o termo "apagão" aéreo, porque não é disto que se trata.
abs. Luiz