O governador eleito de São Paulo é um homem de sorte. Há alguns dias, antes que o Congresso decidisse dobrar os salários dos parlamentares, José Serra manifestou a intenção de dobrar o salário dos secretários de Estado que assumirão o cargo em janeiro. Segundo ele, o salário de R$ 6 mil é "pouco" para a qualificação dos secretários. A proposta de Serra já ia causar polêmica quando o Congresso atravessou o samba e todas as atenções se voltaram para os R$ 24,5 mil dos deputados e senadores. Ninguém mais fala da "merreca" de R$ 12 mil que Serra quer pagar ao seu secretariado e é bem possível que a Assembléia aprove o aumento e o assunto acabe noticiado como "box" da polêmica do reajuste dos parlamentares.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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