Animados com a derrubada da cláusula de barreira no Supremo Tribunal Federal, os militantes do PSOL já começam a fazer planos para o futuro. Em São Paulo, o partido estuda lançar o ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio para vereador, a fim de puxar votos e garantir uma boa bancada na Câmara Municipal. E para a disputa da prefeitura da Capital, o PSOL poderá lançar o vereador e deputado estadual eleito Carlos Giannazi. Plínio representaria a experiência e Giannazi, a renovação. Em comum, os dois têm a militância passada no PT, como, aliás, a quase totalidade dos integrantes do PSOL.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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