Mereceu chamada de primeira página da edição de segunda-feira (3/12) da Folha de S. Paulo a informação de que a propaganda eleitoral "gratuita" deste ano custou, em renúncia fiscal para rádios e televisão, R$ 191 milhões. Sempre animados, os redatores do jornal cunharam a expressão "Bolsa Político" e foram ouvir cientistas políticos para comentar assunto tão relevante. A animação deve ter sido realmente grande, pois malhar políticos é uma das diversões prediletas dos jornalistsa da Folha, mas nada impedia o jornal de contar que a notícia já havia sido publicada no dia 28 de novembro no Observatório da Imprensa, em texto do professor Venício A. de Lima. Do jeito que saiu, parece até que foi um furo do jornal.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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