São Paulo ficou, nesta primeira segunda-feira de dezembro, literalmente debaixo d'água. Outras capitais e grandes cidades vão passar pelo mesmo desconforto e o problema, recorrente nas metrópoles, é o teste de fogo para os prefeitos. Em alguns casos, a população simplesmente não liga e releva a "culpa" dos alcaides, mas há os que têm seus mandatos marcados pela força das enchentes. A popularidade despenca e o projeto de reeleição vai, literalmente, por água abaixo... Tudo depende da postura do governante e, é claro, do volume de chuvas. Gilberto Kassab, o desconhecido prefeito paulistano, parece estar com azar: em novembro, choveu como não acontecia desde 1978 em São Paulo. E dezembro mal começou...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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