A Folha de S. Paulo de domingo trouxe, no caderno de Economia, matérias sobre os problemas da classe média no primeiro mandato do presidente Lula. O jornal procura mostrar que esta camada pagou o custo, em impostos, da melhoria da qualidade de vida dos mais pobres e não foi beneficiada pela política econômica como foram os mais ricos. No meio das matérias, eis que um título grita, no pé da página: "Especialista defende pausa na distribuição de renda". Sim, não está errado, é isto mesmo que pensa o economista Sergei Soares, apresentado pelo jornal como "especialista em desigualdade social do Ipea". Pinel à parte, a verdade é que Sergei expressa idéias sobre as quais muita gente do PSDB e PFL concorda em gênero, número e grau. Só que os tucanos e liberais não são loucos de dizer tudo o que pensam...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
Quem gosta dos economistas do IPEA é o Luís Nassif. São os planilhas.
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