Pular para o conteúdo principal

Rodini: Lula pisou na bola

Em mais uma colaboração para o Entrelinhas, Jorge Rodini, diretor do instituto Engrácia Garcia, comenta a declaração do presidente Lula sobre a contratação de funcionários públicos para a máquina do governo federal. Leia a seguir a íntegra do comentário:

O presidente Lula mais uma vez subverteu a ordem natural das coisas. Disse, em uma entrevista concedida nos últimos dias, que o correto é contratar mais gente no serviço público, que a Pátria necessita de muito mais funcionário barnabé do que já possui.

Lula vai na contramão do governador Aécio Neves (PSDB), de Minas Gerais, que enxugou a máquina para sanear – ou pelo menos tentar – as finanças de seu Estado. Lula choca-se de frente com a idéia de Estado Mínimo, de menor intervenção, de menos gente fazendo mais e ganhando por mérito.

O Brasil, nestes últimos anos, vem produzindo em média 10 % de desempregados. É um exército de miseráveis que não consegue matar a fome de sua família e sobrevive com a caridade alheia (privada ou estatal). A pobreza tem vários motivos, como a concentração de renda, a falta de estudo, a impotência dos governos no apoio à agricultura e à pequena e média empresa, entre muitos outros.

Quando vemos o excesso de cargos comissionados na esfera federal e a lentidão no ritmo das ações dos ministérios, passamos a entender porque o Brasil não caminha na mesma velocidade que os outros países em desenvolvimento no Mundo.

Por que, então, o nosso presidente, que afirma que o máximo em administração é contratar, não dá os 10 milhões de emprego que prometeu na campanha? Temos minérios extraídos em penca e escondidos, florestas, rios, fauna e flora de fazer inveja a qualquer País do mundo. Mas também temos, é verdade, políticos capazes de fazer qualquer brasileiro (a não ser eles próprios) corar de vergonha.

Comentários

  1. Este senhor se prende ao preconceito e distorce tudo.
    1) Cargos de confiança nada têm a ver com contratações no serviço público, que são feitas via concurso;
    2)O número de funcionários públicos no Brasil , a cada mil habitantes, é inferior a países como EUA, França, México, Áustria..conforme dados da OCDE;
    3) Fale para ele checar os números: os dez milhões de empregos já foram criados sim, ou quase isto.E outra, Lula disse, em 2002, que o País precisava de 10 milhões de novos empregos. Não prometeu dar 10 milhões de empregos, mesmo porque um presidente não "dá" empregos;
    4) Enfim, porpuro preconceito, esqueceu de fazer uma análise criteriosa dos números , das informações e das declarações de Lula;
    5)Uma pergunta: ele defende a devastação da floresta?
    atenciosamente,
    Dom Pablo
    2)

    ResponderExcluir
  2. Questão: será que quando o presidente fala isso não quer dizer que é necessário mais gente empregada, em lugar de simplesmente pensar que ele que só aumentar o tamanho do estado?

    ResponderExcluir
  3. Ora, os paises onde mais se tem qualidade de vida são Estados Fortes, a idéia de estado minimo esta sendo destruida nos estados onde foi tentado pois piorou significativamente a qualidade de vida do povo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

Dica da semana: Nine Perfect Strangers, série

Joia no Prime traz drama perturbador que consagra Nicole Kidman  Dizer que o tempo não passou para Nicole Kidman seria tão leviano quanto irresponsável. E isso é bom. No charme (ainda fatal) de seus 54 anos, a australiana mostra que tem muita lenha para queimar e escancara o quanto as décadas de experiência lhe fizeram bem, principalmente para composição de personagens mais complexas e maduras. Nada de gatinhas vulneráveis. Ancorando a nova série Nine Perfect Strangers, disponível na Amazon Prime Video, a eterna suicide blonde de Hollywood – ok, vamos dividir o posto com Sharon Stone – empresta toda sua aura de diva para dar vida à mística Masha, uma espécie de guru dos novos tempos que desenvolveu uma técnica terapêutica polêmica, pouco acessível e para lá de exclusiva. Em um lúdico e misterioso retiro, a “Tranquillum House”, a exotérica propõe uma nova abordagem de tratamento para condições mentais e psicossociais manifestadas de diferentes formas em cada um dos nove estranhos, “...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...